Riquezas do subsolo: Minas Gerais não pode mais perder pedras preciosas e semipreciosas

A ocupação do território que, muito a propósito, passou a ser conhecido como as Minas Gerais, foi impulsionada, como registra a história, pela busca do Eldorado, sonho que de certa forma se materializou no século XVII. Uma saga que prossegue, ainda que bem distante de seu apogeu, com a busca e extração das riquezas minerais escondidas no subsolo continuando a ser a principal atividade econômica na região. E durante mais de três séculos um jogo de exaustão, predatório e que vai esgotando riquezas sem a devida e desejável compensação. Mudar esse quadro, escapar à logica perversa dos colonizadores, prossegue como objetivo a ser alcançado.
Um entendimento particularmente relevante no que toca às pedras preciosas e semipreciosas, atividade que prossegue predominantemente na clandestinidade, escapando a qualquer forma de controle que mereça ser definida como, pelo menos, razoável. Minas Gerais perdeu no passado, assistiu ao apogeu e ao declínio do Distrito Diamantino, e continua perdendo, literalmente, sem condições de avaliar sequer o preciso volume produzido, consequentemente a extensão de suas perdas. Perde na extração descontrolada e de baixíssima eficiência, perde no descaminho e no contrabando, perde ao não agregar valor às pedras recolhidas, vendidas em estado bruto, perde ao deixar de fomentar na escala possível a indústria de joias. Enxergar o que se passa e, sobretudo, perceber novas direções é o primeiro passo para mudar, como temos dito na busca de valorizar e multiplicar as riquezas do subsolo do Estado, elevando finalmente as atividades minerárias a um patamar capaz de gerar resultados bem mais significativos.
Um esforço que necessariamente passa por melhorias na própria atividade extrativa, com incorporação de tecnologias e controles já disponíveis, para chegar à lapidação, capaz de multiplicar o valor da pedra bruta, e finalmente à ourivesaria. São passos naturais, possíveis, e ao alcance da vontade, gerando resultados que poderiam ser colhidos rapidamente.
Exatamente quando, num passado ainda não muito distante, foi imaginada a possibilidade de criação, possivelmente na região de Nova Lima, de um grande centro de gemologia, lapidação e ourivesaria. A receita pronta e acabada, objeto de estudos da Federação das Indústrias de Minas Gerais, que até cogitou de abraçá-la mais amplamente e que não avançou por razões que permanecem na obscuridade.
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Encontrar as respostas certas poderá, ainda que tardiamente, ajudar a devolver a Minas Gerais, parte de tudo aquilo que lhe foi tomado no passado.
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