Minerais estratégicos são oportunidade de receitas para Minas Gerais

Em entrevista a este jornal, o economista João Paulo Braga, presidente da Invest Minas, revelou que investimentos atraídos para o Estado nos últimos 7 anos somaram R$ 500 bilhões. Disse também que a economia mineira, que continua tendo como eixo a produção e exportação de commodities minerais e agrícolas não tem porque sentir-se diminuída por tal condição. Mas deve sim saber tirar partido dela, transformando o agronegócio e a mineração em trampolim para impulsionar o futuro. Precisamente, diz o economista, é necessário ir além da condição de mero fornecedor para avançar em outras etapas da cadeia produtiva, considerando as grandes oportunidades existentes no campo dos minerais estratégicos como o lítio, nióbio e terras-raras, por exemplo.
Se no passado empresários com mais acurada visão estratégica diziam, emblematicamente, que se Minas Gerais pudesse vender pellets não deveria vender minério; se pudesse vender chapas não deveria vender pellets; e se pudesse vender automóveis não deveria vender chapas, a receita permanece, mas ganha novas formas. Exatamente como demonstrou o presidente da Invest Minas. Vale para a mineração, vale igualmente para o agronegócio. Não se trata de abandonar a produção cafeeira, em que somos líderes mundiais, mas de compreender que existem condições para que a produção bruta seja processada localmente, nada justificando que estas etapas, que implicam maior agregação de valor, aconteçam fora do Estado, em outros países. Nas devidas escalas, o mesmo raciocínio se aplica às proteínas animais e aos grãos, da mesma forma que já está demonstrado que a produção de azeite, de vinhos e de queijo pode ser levada a outro patamar, garantidos os melhores padrões internacionais de qualidade e atratividade.
A diferença e a escala ficarão por conta exclusivamente da vontade, da disciplina e da determinação. E tudo isso sem que se perca de vista que existe um outro campo fertilíssimo a ser explorado, o da extração e beneficiamento de pedras preciosas e de metais nobres, ouro principalmente. No que toca às pedras a atividade prossegue marginalizada e muito aquém de seu potencial, nada justificando que a lapidação e a ourivesaria permaneçam à margem de processos mais dinâmicos, enquanto a própria extração ocorre em escala desproporcional a seu potencial.
Enxergar o futuro, em síntese, melhor compreender tudo que deixa de ser feito e tudo que poderia ser feito para garantir que a economia de Minas Gerais realize plenamente todo o seu potencial, tal como imaginaram no passado os desbravadores dessas terras.
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