Além da mobilidade, em quais outras áreas as prefeituras de Belo Horizonte e Nova Lima devem investir?

Os limites Sul de Belo Horizonte e Norte de Nova Lima, regiões que passaram por acelerado processo de ocupação e urbanização, transformaram-se também em área com grandes problemas de circulação, na realidade uma espécie de funil que vai encontrar seu ponto mais estreito já na avenida Nossa Senhora do Carmo. Problemas antigos e bem conhecidos que, em parte, não puderam ser cuidados porque faltava entrosamento entre as prefeituras das duas cidades. Uma situação que começa a mudar e, felizmente, para melhor. Eis a primeira conclusão que se pode tirar do anúncio, feito na semana passada, de que Belo Horizonte e Nova Lima atuarão em conjunto para atacar os problemas viários no limite dos dois municípios, na BR-356, nos acessos a Nova Lima pela MG-30, ao Anel Rodoviário e, no sentido oposto, ao centro de Belo Horizonte.
Obras essenciais, mas que esperaram décadas – e num processo de contínuo agravamento – porque faltou até agora justo o entendimento entre as duas prefeituras. E começando pelo mais difícil para, espera-se, abrir espaços para que outras questões, todas ligadas ao aumento da frota de veículos em circulação, possam também ser abordadas, tornando mais fácil e ordenada toda a ocupação da chamada Alça Sul. E tendo em consideração também os empreendimentos imobiliários em implantação na região de Água Limpa, para os quais espera-se população de pelo menos 30 mil indivíduos.
Estamos propondo um exercício em que pensar grande será o elemento mais importante. Para considerar a realidade e, mais além, o potencial de ocupação das áreas ainda disponíveis ao Sul, portanto, vertente natural de crescimento. Uma constatação que necessariamente remete ao maior de todos os gargalos – o acesso único a toda a região exclusivamente a partir da avenida Nossa Senhora do Carmo. É preciso criar uma alternativa e isso pode ser contornar a Serra do Curral, tendo como ponto de partida justo o pontilhão sobre a BR-356 e que servia à ferrovia destinada ao escoamento de minério e, hoje, desativada.
Sim, é preciso e fundamental olhar para a frente para enxergar o todo e dele cuidar. Sem esquecer a antiga área da mineradora MBR, espaço equivalente ou maior que toda a área contida pela avenida do Contorno. Espaço para uma cidade nova que poderá estar a apenas 15 minutos da Praça Sete. Espaço para o amanhã, para o futuro que não está distante desde que haja entendimento, esforços comuns e permanente colaboração entre Belo Horizonte e Nova Lima, conforme evidencia a parceria agora acertada e posta em marcha. Trabalho e boas soluções é o que não faltará.
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