Editorial

De olhos abertos: Brasil precisa manter alerta na Amazônia

O aparente silêncio atual não deve ser visto como motivo de tranquilidade
De olhos abertos: Brasil precisa manter alerta na Amazônia
Crédito: Reuters/Ricardo Moraes

Os olhos gordos do planeta sobre a Amazônia brasileira e suas riquezas são questões bastante antigas. Ainda no Império, a cobiça norte-americana chegou a ser explicada e acompanhada de cobranças sobre alegado “direito” de navegação no rio Amazonas e alguns de seus afluentes. E tudo com base no conveniente argumento de que aqueles rios seriam parte de uma mesma bacia, não por coincidência precisamente a do rio Grande. Foram pressões mais ou menos veladas e que culminaram com a criação, ainda no Império, de empresa de navegação brasileira para marcar o terreno. Não faltaram, adiante, movimentos com o mesmo intuito, sendo múltiplas as evidências de que missões estrangeiras estiveram na região fazendo levantamentos sobre os recursos ali existentes, não apenas os minerais, tudo isso não raro com a camuflagem de simples e inocentes missionários.

Atividades que, tudo faz crer, nunca foram descontinuadas e realizadas sob patrocínio tanto norte-americano quanto europeu, havendo resquícios da presença indesejada até mesmo de japoneses. Em passado mais recente o foco foi alterado, agora centrado em alegadas preocupações ambientais. O Brasil não estaria sabendo cuidar do “pulmão do mundo”, ideia absolutamente falsa, mas conveniente o suficiente para alimentar desvarios como a internacionalização de toda a região, quebrando assim a soberania brasileira.

O aparente silêncio atual, em que as discussões sobre o clima tomaram outro rumo, inclusive com o entendimento de que o verdadeiro pulmão está nos oceanos, não deve ser visto como motivo de tranquilidade. Ou de desconhecimento com relação às atividades de missionários estrangeiros que normalmente se apresentam como evangélicos, atuando abertamente e em alguns casos sem o devido amparo legal. Caso de grupos pilhados no Vale do Javari, no Amazonas, com requintes como a distribuição de aparelhos eletrônicos alimentados por energia solar, de aspecto semelhante a telefones celulares, e destinados a escalar o proselitismo.

Está sendo apontada, com farta documentação probatória, uma presença não desejada e tampouco autorizada, com o agravante de poder ser espaço também para outro tipo de intromissão. Claramente, a prospecção de recursos minerais, animais e vegetais que pode ir além do mapeamento e incluir, como já aconteceu no passado, também o mal disfarçado contrabando. Em termos claros, a simples intromissão, mesmo que disfarçada até de propósitos humanitários, levanta questões que vão além das suspeitas e atentam sim contra a soberania nacional. Cabe prestar mais atenção, abrir os olhos.

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