Do poço ao posto: papel da Petrobras é estratégico para o Brasil

Apesar das controvérsias, principalmente aquelas de natureza ambiental, o petróleo, não por acaso também chamado de ouro negro, continua sendo o principal ativo da economia mundial, com importância estratégica que também será imprudente desconsiderar ou minimizar. Vale para o mundo inteiro, mas não parece valer para o Brasil, hoje detentor comprovado de reservas de óleo e gás que se contam entre as maiores do planeta, mas onde também não faltam os que acreditam que simplesmente seria melhor e mais eficaz entregar essa riqueza a corporações estrangeiras. Tudo num movimento bem ensaiado e que guarda relação com acontecimentos de meados do século passado, quando a criação da Petrobras era apontada como algo semelhante a um delírio irresponsável, posto que em território nacional não existiriam reservas de petróleo bastantes para exploração em escala comercial.
Essencialmente nem mesmo as bem-sucedidas atividades de prospecção e exploração no pré-sal, que em poucas décadas deram ao País autossuficiência e excedentes de óleo para exportação, bastaram para apagar preconceitos ou, antes, manobras de conveniência. Ou impedir que a Petrobras fosse constrangida a vender parte importante de seus ativos como a rede de distribuição varejista de gasolina e derivados, GLP especialmente, sem que fosse considerada nem mesmo sua posição de liderança no mercado doméstico. Tudo e mais a incoerência de afirmar que não eram negócios atraentes, compensadores, mal disfarçada a cobiça em torno deles.
Mas os erros do passado, felizmente, não impedem que a Petrobras busque reconquistar o terreno perdido, voltando a atuar na ponta ou, como já foi dito, “do poço ao posto”, começando exatamente pelo setor de distribuição onde ainda hoje não são poucos os postos que atuam com os mesmos padrões visuais da antiga rede, buscando assim capturar confiança e preferência de consumidores. Estes se beneficiariam também de regras mais amigáveis, especialmente com relação ao gás de cozinha em que majorações abusivas foram a principal consequência da privatização.
Perceber o que se passa, conhecer e compreender a realidade deveria ser o bastante para melhor compreensão do papel estratégico reservado à Petrobras. Ou, em outras palavras, se pecados foram cometidos, que paguem os pecadores, não a Petrobras, muito menos seus clientes, vale dizer, todos os brasileiros.
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