O que podemos aprender com a tragédia no Rio Grande do Sul

Acontecimentos recentes no Rio Grande do Sul, em que chuvas intensas associadas a mudanças no regime de marés provocaram inundações de proporções inéditas para a região, provocaram reações situadas em extremos opostos, desnudando o que de bom e de mau a sociedade brasileira abriga. De um lado a mobilização da população, em proporções igualmente inéditas, para socorrer e atender às necessidades mais imediatas da população; de outro a exploração política dos acontecimentos, em que parcela evidentemente pequena porém barulhenta da população, valendo-se das redes sociais, procurou tirar proveito da situação para atacar sem limites e sem qualquer constrangimento ou pudor, com mentiras e desinformação, mesmo que sob risco de comprometer e pôr em risco as operações de socorro.
Os fatos largamente divulgados nos últimos dias, exibindo a extensão das inundações, que, em Porto Alegre, trouxeram à lembrança as cheias de 1941, até então as maiores de todas, provocaram algo que pode ser definido como comoção nacional. E as reações foram imediatas, provocando mobilização também provavelmente inédita de socorro e atendimento aos atingidos, milhares de desabrigados, uma e meia centena de mortos e igual número de desaparecidos. Falta, no Rio Grande do Sul, praticamente tudo, de água potável e energia elétrica, a alimentos e outros itens essenciais perdidos para as águas. O socorro ameniza a tragédia, acalenta os gaúchos e, como está dito acima, exibe o que temos de melhor.
Razões a mais para lamentar o procedimento contrário, na forma de desvairada exploração dos acontecimentos visando culpabilizar as autoridades públicas, principalmente no plano federal. Mentiras em cima de mentiras e sem qualquer limite para tentar fazer crer que as reações, a partir da esfera federal, foram lentas e inadequadas, chegando a ser afirmado, inclusive por parlamentares federais, que caminhões com doações estavam sendo detidos ou que até mesmo remédios não chegavam a seu destino. Quem por ação ou omissão participou desses ataques deveria estar coberto de vergonha, criminosos que devem responder por seus atos.
Nada, absolutamente nada, que possa ser confundido com censura ou ataques à liberdade de expressão, consequência da “ditadura” que estes mesmos personagens das sombras dizem existir no País, mas são os mesmos que negam que o País tenha conhecido, a partir de 1964, uma bárbara ruptura institucional.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
Gente que faz pelo menos o favor de alertar para os perigos da falta de regulamentação e controle das redes sociais e outras ferramentas de comunicação derivadas da informática. Eis a lição a ser retirada de acontecimentos tão tristes.
Ouça a rádio de Minas