Por que, além dos jogos on-line, Brasil também deveria liberar os cassinos

No ano passado o Brasil aprovou um novo marco regulatório para jogos on-line, criando taxas de licenciamento e impostos específicos. Os candidatos podem pagar até R$ 30 milhões por uma licença, sujeita a renovação a cada 5 anos, além de imposto de 12% sobre a receita bruta dos jogos. O setor movimentou no País, no ano passado, US$ 1,5 bilhão, o equivalente à décima posição no mercado mundial, em que os Estados Unidos aparecem em primeiro lugar, tendo movimentado US$ 15,9 bilhões no ano passado. Mais que o presente, o futuro parece ser indicativo de negócios cada vez melhores para este tipo de aposta.
Nesse campo o potencial brasileiro surge como bastante promissor, principalmente devido ao grande interesse da população por esportes, futebol em particular. As corporações internacionais, norte-americanas e europeias particularmente, têm ciência da realidade e se movimentam para abocanhar um naco desse mercado. Na realidade mais de 130 empresas, com espaço para cada uma das maiores, tão conhecidas quanto a MGM ou a Hard Rock, já confirmaram interesse por uma licença brasileira.
”Estamos empolgados em ver o Brasil aprovar legislação de jogos on-line e continuaremos a explorar o potencial de expansão para o futuro”, disse o porta-voz da Draft Kings, maior empresa do setor no planeta.
Diante da excitação provocada pela possibilidade de entrar no mercado brasileiro ou, antes, da constatação do sucesso de empresas que já localmente a partir de plataformas localizadas no exterior, é possível imaginar o que virá na sequência. Caberia assim indagar, e sem que seja preciso colocar na balança ingressos e retiradas, quais são os riscos dessa empreitada, principalmente por conta do fácil acesso a essa modalidade de jogos e das óbvias dificuldades de controle. A resposta virá com o tempo e pode não ser boa.
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Por horas, nos parece mais sensato indagar porque exatamente, qual o tipo de raciocínio que moveu a decisão, os jogos virtuais são, a rigor, liberados, gerando empregos e operando no exterior, enquanto os cassinos continuam interditados. No mínimo parece estar faltando coerência. Ou o desconhecimento do fato elementar de que os cassinos podem ser o principal suporte ao turismo, movimentando largamente a hotelaria, restaurantes, transportes e serviços de modo geral. Gerando riquezas que na maior parte permanecerão em território brasileiro.
Fica, portanto, a sugestão para que a questão seja reaberta e decisões possam ser tomadas livre de preconceitos religiosos e acima de interesses econômicos, clandestinos também, que fatalmente estariam sendo contrariados.
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