Editorial

Por que o governo deve desenvolver uma nova política para o mundo dos negócios

Um Estado mais leve, menos hostil e mais amigável se transformaria numa catapulta para todos
Por que o governo deve desenvolver uma nova política para o mundo dos negócios
Crédito: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Notícias vindas de Brasília dão conta que estaria sendo gestado no governo federal um novo programa visando estimular pequenos empreendimentos. A ideia, conforme transpirou, vem do Ministério do Empreendedorismo e estaria sendo articulada juntamente com a equipe dos ministérios da Fazenda e Planejamento e dela fazem parte programa de repactuação de dívidas, algo como um “Desenrola” focado, além de linhas de crédito mais acessíveis, provavelmente repetindo o modelo aplicado à agricultura familiar. Um conceito adequado e oportuno, mas que deveria ser desembrulhado de forma mais ampla.

Perdoar ou renegociar dívidas para, na sequência, oferecer mais crédito, bem pode ser uma fórmula de alto risco e experiências pretéritas apontam nessa direção. Uma empresa, pequena ou grande, certamente não depende apenas de capital e seus negócios se desenvolverão de maneira saudável se o ambiente em que atuarem estiver, digamos, despoluído de burocracia, do peso quase sempre limitativo do Estado na forma de exigências que limitam, consomem energia e recursos. Algo que vale para todos e, assim, deveria ser percebido num “pacote” que incluiria suporte à gestão ao planejamento e ao próprio desenvolvimento dos negócios. Uma receita, enfim, que o Sebrae conhece muitíssimo bem e aplica com sucesso, ainda que não na escala necessária.

Seria bastante saudável que as discussões em Brasília, que têm também um viés político abertamente assumido, visando aproximar o governo de uma camada que lhe é hostil, tomassem esse rumo. Não mais como uma ação isolada e focada num segmento e, sim, como uma nova política, uma nova maneira de tratar o mundo dos negócios. E no elementar entendimento que é papel do Estado facilitar e estimular tudo que possa significar geração de renda, nunca dificultar e atrapalhar.

Na realidade, estamos tocando no mesmo assunto abordado no comentário anterior em que falávamos do Fisco, que tem um leão como símbolo, o que de pronto traduz uma visão equivocada e impertinente. Aqui estamos tentando enxergar ou demonstrar que um Estado mais leve, menos hostil e mais amigável fatalmente se transformaria numa catapulta para os negócios em geral, não importa o tamanho de cada um. E, cabe apontar, antes de se preocupar em atrair negócios e investimentos, voltados para atender e suportar empreendimentos já existentes, garantindo sua perenidade e crescimento constante. Faz todo sentido porque é mais barato e os resultados poderão vir mais depressa.

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