Editorial

Por que são infundados os ataques à Petrobras

Demissão do antigo presidente foi mais um capítulo dos históricos ataques à estatal
Por que são infundados os ataques à Petrobras
Crédito: Reprodução Adobe Stock

O histórico da Petrobras, nos seus 70 anos de existência, acumula sucessos que deveriam fazer corar aqueles que ainda teimam em condenar a empresa, imaginando-a portadora de todos os defeitos. Lembrar o pré-sal deveria ser o bastante para calar aqueles que, nos idos de 1950, proclamavam que criar a empresa seria rematada estupidez, uma vez que estudos patrocinados por empresas norte-americanas e conduzidos por geólogos da mesma origem garantiam que não existia petróleo nessas bandas do globo. Aos que não têm ou fingem não ter memória, cabe lembrar que as reservas brasileiras figuram entre as maiores, o que coloca a Petrobras em primeiro plano entre as grandes petroleiras.

Verdade elementar, mas não o bastante para calar aqueles que trabalham na direção oposta ou porque seus interesses estão lá fora ou porque a carga de preconceitos é o bastante para cegá-los. Gente que não perde oportunidade de atacar a empresa, como ainda agora acontece com a demissão de seu presidente, ato que deveria ser de rotina diante de seu flagrante desalinhamento com as políticas públicas para o setor, como se seu cargo fizesse parte de outro mundo. Ou como se a empresa que é do Brasil e deve estar submetida aos interesses brasileiros pudesse, como deseja o tal “mercado”, responder exclusivamente à Bolsa de Nova York. Gente que gosta tanto de falar em liberdade econômica, mas ao mesmo tempo finge ignorar quem exatamente é o maior acionista da Petrobras.

Melhor entender que a estatal precisa ser reinventada depois de ter cometido o erro estratégico de focar atenção e recursos na prospecção e extração de petróleo, negligenciando o refino. O exato motivo para que o País, hoje com produção de óleo cru bastante para atender, com sobras, a demanda interna, mas que não chegou à condição plena de autossuficiência. Reorientar a política e os investimentos para o setor, mesmo que à custa de restrições na distribuição de dividendos foi a principal razão para a troca de comando na estatal. Ou, como diz o governo, para o alinhamento da estatal com as políticas públicas para o setor. Algo que é elementar para o governo deveria merecer a mesma percepção para todos aqueles que dizem colocar o interesse nacional em primeiro plano. E não há como imaginar que possa ser diferente ou deixar de entender o real significado de patriotismo, hoje tão obscurecido, se não absolutamente distorcido.

Fato é que, e retornando ao início deste comentário, nos parece fácil concluir que muitos que se dizem preocupados com a Petrobras e seu futuro agem como se estivessem procurando justo o contrário.

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