O potencial desperdiçado das favelas brasileiras

As favelas brasileiras movimentam impressionantes R$ 167 bilhões anualmente, um montante que supera o Produto Interno Bruto (PIB) de muitos Países. No entanto, o poder público tem falhado em oferecer condições para que o setor privado invista nessas comunidades e, dessa forma, perpetua a exclusão social e a falta de oportunidades para milhões de brasileiros.
O levantamento Tracking das Favelas 2025, realizado pelo Novo Outdoor Social (NÓS), aponta que as periferias brasileiras reúnem mais de 6 mil favelas e 17 milhões de habitantes, com renda média mensal de R$ 3.036.
Matéria publicada recentemente pelo Diário do Comércio mostra que essas comunidades estão ficando de fora das estratégias das empresas, que perdem a oportunidade de conquistar um mercado pujante, formado, em sua maioria, por consumidores jovens e ávidos por produtos e serviços. Mas por que o setor privado ainda hesita em investir nesses territórios?
A resposta, em grande parte, está na omissão do poder público, na ausência de infraestrutura, na insegurança jurídica e na burocracia excessiva, que impedem as empresas de enxergar esse público como consumidores em potencial.
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O setor público precisa assumir sua responsabilidade e criar um ambiente favorável ao investimento privado, oferecendo incentivos, melhorando a infraestrutura e garantindo segurança jurídica para os empreendedores.
Porém, o ambiente não deve ser favorável apenas para as grandes empresas; microempreendedores que moram nessas comunidades também devem ser beneficiados por políticas de fomento que melhorem as condições para a geração de negócios nessas regiões.
As ações passam também pela segurança pública, talvez o principal gargalo das favelas brasileiras. As empresas precisam de condições mínimas para manter suas operações nessas regiões, o que hoje ainda é um cenário distante em algumas localidades do País, como, por exemplo, o Rio de Janeiro.
Um bom exemplo de projeto voltado para essas comunidades e que pode ajudar a atrair negócios é o Vila Viva, em Belo Horizonte. O programa compreende um conjunto de obras que vão desde o saneamento até a construção de unidades habitacionais em vilas e favelas da capital mineira, proporcionando melhores condições de vida para os moradores.
Lembrando que, ao ativar o potencial econômico das favelas brasileiras, estaremos criando empregos, levando desenvolvimento e mudando a cara dessas comunidades, garantindo direitos básicos para os milhões de brasileiros que vivem nessas localidades.
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