Quem enxerga um Brasil estagnado não consegue ou não quer captar a realidade

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 3,4% no ano passado, mantendo-se pelo quarto ano consecutivo acima de 3%, patamar consistente e indicativo de um processo de recuperação que merece ser mais festejado. Outros indicadores apontam na mesma direção como o crescimento do consumo das famílias, de 4,8%, o maior desde 2011, e investimentos, que saltaram 7,3% na comparação com 2023. A demanda interna, alavancada pelo aumento da renda, cresceu 5,2%, com o setor de serviços crescendo 3,7% e a indústria avançando mais 3,3%. As exportações cresceram 2,9%, e as importações, incômodos 14,7%.
Quem enxerga o país estagnado não quer ou não consegue captar a realidade, o mesmo acontecendo com aqueles que preferem olhar a expansão da economia na perspectiva de riscos, especialmente de recrudescimento da inflação. Uma tese, infelizmente de algum sucesso, capaz, por exemplo, de provocar o endurecimento da política monetária, com repercussões nefastas nas taxas de juros. Cabe anotar, a propósito, que o aperto ordenado e praticado pelo Banco Central a partir do mês de setembro conseguiu alterar a rota de crescimento. Esperava-se para o quarto trimestre do ano expansão do PIB na faixa de 0,4%, expectativa reduzida à metade exatamente por conta das políticas contracionistas.
Imaginar para o futuro do Brasil um patamar de crescimento sustentado e mantido acima de, pelo menos, 4% ano, pode ser, na realidade, a única resposta consistente para quem acredita ser possível corrigir o destino do país e, sobretudo, a sorte da parcela mais pobre da população. Estamos falando de prosperidade com justiça social, exatamente como prega a centenária Associação Comercial de Minas. Porque entendemos, como o presidente Cledorvino Belini, que não podemos nos contentar com o copo meio cheio da economia brasileira. O país será diferente e, sobretudo melhor, se e quando o copo estiver efetivamente cheio. Menos não pode e não deveria contentar ninguém.
O recorte da experiência de 2024, conforme os números agora exibidos, confirma o que deveria ser mais amplamente sabido. Políticas públicas que conduzam ao aumento da oferta de empregos, ações assertivas de apoio aos mais pobres, incrementam renda e consumo, portanto, levam ao crescimento da economia, equação que, por elementar, deveria estar permanente e continuamente no centro das atenções. Para produzir resultados e não mais frustrações.
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