Após posse de Trump, Brasil precisa de diplomacia para manter boas relações com a China e os EUA

São grandes as expectativas e incertezas, nos planos político e econômico, com relação ao ano que está começando. E por certo as maiores dúvidas, com alguma apreensão, estão relacionadas com a mudança de governo nos Estados Unidos, a partir da posse do presidente Donald Trump no próximo dia 20. Aparentemente, e a julgar pelo que foi dito nos últimos anos e especialmente durante a campanha eleitoral, serão grandes as mudanças no plano interno, com evidentes repercussões externas, da geopolítica ao comércio, incluindo tensões que se avolumam especialmente com a China. E nesse contexto cabe indagar, tentar antecipar, que repercussões exatamente, boas ou más, poderão chegar ao Brasil.
Trump não parece ser nada simpático ao País neste momento e não perde oportunidade de nos alfinetar, caso recente de suas queixas, nada precisas, sobre alegadas restrições a produtos estadunidenses no mercado brasileiro, prometendo responder com a mesma moeda. Ou taxas. Mas explícita por certo é a rivalidade com a China, cuja economia continua caminhando, imperturbável, para ocupar o primeiro lugar no planeta, tomando a posição ocupada desde meados do século passado, no pós-guerra, precisamente pelos Estados Unidos. Subirá por certo a temperatura da guerra fria, porém mantido o equilíbrio mesmo que no fio da navalha.
Aparentemente o Brasil ficará entre dois fogos, mantendo a China como seu principal – e de longe – parceiro comercial, mas tratando de cultivar, se possível sem arranhões ou sobressaltos, boas relações com o vizinho do Norte. Requer habilidade e o melhor que a diplomacia brasileira for capaz de produzir, mas longe de ser um problema pode ser novas oportunidades. E dos dois lados. Especialmente porque, conforme já assinalaram alguns observadores, o Brasil tem porte e tem peso para ser também um fator de equilíbrio na disputada dos gigantes, independentemente de maus modos de um ou de outro.
Com habilidade, com muita diplomacia, mas igualmente com assertividade o Brasil poderá perfeitamente trafegar entre Washington e Pequim, sempre em posição de independência para nos dois lados fazer negócios que para ambos poderão ser igualmente atraentes. E tanto no plano da economia, dos negócios, quanto da geopolítica, tudo isso desde que à diplomacia de qualidade esteja associada a necessária dose de compreensão da realidade e consequente pragmatismo.
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