Editorial

O que os rankings internacionais revelam sobre os rumos do Brasil na economia

Deveria ser muito diferente para um país que persegue um futuro melhor mas parece ter perdido de vista o fato de que sem correção de rumos suas ambições continuarão sendo adiadas
O que os rankings internacionais revelam sobre os rumos do Brasil na economia
Crédito: Reprodução Adobe Stock

O Brasil comemora seu retorno ao grupo das 10 maiores economias do planeta, numa avaliação que tem por base o tamanho do produto interno de cada país. Comemorou também, mais recentemente, o fato de ter ultrapassado a Itália, com aferição pelo mesmo critério que, embora relevante, perde significado diante de um outro tipo de avaliação, o ranking de competitividade aferido pelo Institut for Management Development (IMD), com sede na Suíça. Neste caso, nos está reservada posição humilhante, o 62º lugar entre 67 países. E perdemos duas posições em relação a 2023, agora à frente apenas do Peru, Nigéria, Gana, Argentina e Venezuela.

Absolutamente não estamos diante de dados aleatórios ou de conveniência política. O trabalho do instituto suíço, que chega à 36ª edição, tem amplo reconhecimento e como fundamento 336 indicadores econômicos, recolhidos no país através da Fundação Dom Cabral, igualmente de inabalável reputação. Significativo assinalar que o Brasil aparece na pior posição no quesito “eficiência governamental” e apenas na 61ª posição em “eficiência empresarial”. Endividamento, produtividade e qualidade da mão de obra são alguns dos indicadores que fundamentam a conclusão.

A melhor avaliação para o País foi no indicador de “subsídios governamentais”, em que nos foi reservada honrosa quarta colocação, aparecendo também crescimento de longo prazo (5º), crescimento do PIB real per capita, fluxo de investimento direto estrangeiro e energias renováveis. A “performance econômica” em que sobressaíram aumento da oferta de empregos e o PIB per capita, nos reservou o 38º lugar e em “infraestrutura” o Brasil ficou na 58ª posição.

Uma ampla avaliação e que bem poderia ser equiparada a um diagnóstico que, claramente, aponta também o caminho a ser percorrido para adiante ao expor fragilidades que são bem conhecidas ainda que não abordadas com rigor e intensidade recomendáveis. Deveria ser muito diferente para um país que persegue um futuro melhor, que entende serem aspirações bem fundamentadas, mas parece ter perdido de vista o fato de que sem correção de rumos, ou implementação das tais reformas estruturais, suas ambições continuarão sendo adiadas. Porque amarradas no tal “Custo Brasil”, de cuja existência muito pouco se fala presentemente.

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Em resumo, e para concluir, cabe anotar cada ponto dessa avaliação e assim transformá-los em metas a serem obsessivamente perseguidas.

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