Editorial

As redes sociais e o poder da desinformação

Iniciativa da Finlândia, “Alfabetização Midiática" pode se tornar importante aliada no combate às fake news
As redes sociais e o poder da desinformação
Foto: Reprodução Adobe Stock

Grandes meios de comunicação de massa, formados por conglomerados de jornais impressos, rádios e televisões, já foram considerados o quarto poder, justamente pela capacidade de medir forças com o Executivo, Legislativo e Judiciário e de formar opinião pública. No Brasil, durante várias décadas, houve um domínio de impérios midiáticos, que monopolizaram, distorceram, filtraram e manipularam informações estratégicas durante muito tempo, servindo inclusive à ditadura militar.

Com a revolução tecnológica que propiciou o surgimento da internet e das mídias virtuais, os grandes jornais do País passaram a investir no formato digital. Entretanto, para corroer o seu poder até então inabalável, entraram em campo as redes sociais, como o atual X, o TikTok e o Instagram, que acabaram tornando-se um quinto e mais vigoroso poder.

Esse canal alternativo, superficial e sem compromissos éticos ganhou força no Brasil a partir das manifestações de rua de 2023, com pautas diversas que iram da extrema direita à extrema esquerda. O confuso movimento foi alimentado pelo conteúdo panfletário das redes sociais, que encontraram uma perfeita caixa de ressonância em público facilmente manipulável, devido à baixa formação escolar e intelectual e ao pouquíssimo conhecimento histórico. O terreno foi ideal para o nefasto salto do poder da desinformação no País, difusor de notícias falsas e discursos de ódio e intolerância por meio de textos curtos e inflamados, que se proliferam imunes a qualquer regulação e controle da lei.

Neste contexto desanimador, surge enfim uma luz no fim do túnel. A Finlândia se destacou nos últimos anos como líder mundial no combate à desinformação, conforme reportagem exibida no Fantástico, da TV Globo, no último domingo (20). O país da Escandinávia introduziu a “Alfabetização Midiática” no currículo. Desde a pré-escola, crianças aprendem a avaliar conteúdos e a identificar fake news.

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Pioneira no combate à desinformação, a Finlândia foi o primeiro país da União Europeia (UE) a condenar um cidadão por campanha de ódio com base em notícias falsas. Eis um exemplo de educação do Primeiro Mundo a ser adotado por toda a comunidade internacional, incluindo o Brasil. Assim esperamos ansiosamente!

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