Simplesmente pensar grande

Dentro de pouco mais de um ano, precisamente em 2027, mais um aeroporto de médio porte e estruturado estará operando na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O Aeroporto de Betim, cuja construção segue em bom ritmo e, conforme os responsáveis pelo empreendimento, mira atender o ambiente de negócios na área de Betim-Contagem e pode ganhar importância também como mais um suporte logístico ao Instituto Inhotim, cujo museu a céu aberto e destinado a obras de grande porte é apontado em círculos sofisticados no exterior como a maior atração brasileira na atualidade.
De fato, tudo faz crer e levantamentos recentes confirmam, o transporte aéreo está em rota de expansão e este movimento cruza os céus de Minas Gerais. Não por acaso o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte inaugura ainda neste mês novos serviços, com melhor atendimento e maior capacidade nas áreas de embarque e desembarque, enquanto antecipa novos investimentos para os próximos anos, elevando sua capacidade a 30 milhões de passageiros/ano. E também o Aeroporto da Pampulha, que parecia esquecido e de lado, volta ao noticiário com anúncio de investimentos na estação de embarque/desembarque, pistas e controle de voos.
São boas notícias para o turismo e mais amplamente para os negócios no Estado, mas com relação à Pampulha cabe indagar precisamente o que se pretende fazer. Ou, antes, lembrar que uma estrutura aeroportuária com suas características, bem próxima do centro urbano, não deveria ser subutilizada, muito menos esquecida. Existe espaço e lugar para todos, desde que bem compreendido que os três, agora, podem ser complementares e assim devem ser entendidos.
Trata-se de bater na mesma tecla, de trazer de volta um assunto que não pode e não deve ser esquecido. Seria, no mínimo, despropositado desperdício. A Pampulha pode sim, e sem prejuízos para Confins, trazer de volta o antigo conceito da “ponte aérea”, da ligação direta, mais rápida, com Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo, para atendimento ao ambiente de negócios, a executivos e outros que se movimentam entre estas cidades e não podem e não querem perder tempo.
Pode ser e deve ser um ganha-ganha, considerados também os interesses dos moradores do entorno da Pampulha, beneficiados com o uso de aeronaves mais modernas e mais silenciosas e usufrutuários dos benefícios que virão para a região. Trata-se simplesmente de pensar grande, no caso de enxergar longe também, sem a ilusão de que a marcha do progresso possa ser detida.
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