Sobretaxas alfandegárias de Trump prejudicam os próprios norte-americanos

Não nos parece necessário recordar acontecimentos passados, como a reunião ministerial em que diante das evidências de que não havia como sustentar a tese da existência de falhas nas urnas eletrônicas e consequente possibilidade de fraudes, a discussão de “alternativas” a ser abertamente discutida. Com o então presidente da República tendo o cuidado de indagar se a reunião estaria sendo gravada. Também desnecessário lembrar que os acampamentos diante de quartéis eram um convite explícito à aventura golpista e também a esperança de que os tumultos consequentes poderiam ser desculpa para ações à margem da lei. Tudo devido e fartamente documentado pelos próprios golpistas que também produziram as provas que hoje sustentam investigações dentro do devido processo legal, conforme as leis brasileiras.
Também será redundante, e assim de todo desnecessário, lembrar quem é o autor da carta endereçada ao presidente brasileiro, tudo à margem das mais elementares regras da diplomacia ou do convívio entre países. O mesmo que em seu país coleciona controvérsias como acusações de fraudes – nunca provadas – no sistema eleitoral ou o convite para invasão do Congresso onde estaria sendo diplomado o então presidente eleito. Acontecimentos inéditos na história dos Estados Unidos, que se apresenta ao mundo como perfeita democracia. Seria igualmente enfadonho, como também já fez o presidente brasileiro, recordar que empresas que operam em nosso País estão necessariamente submetidas às leis locais e que as chamadas “big techs” absolutamente não são exceções.
Melhor acreditar que o atual inquilino da Casa Branca, que talvez se imagine o equivalente moderno de rei Luís XIV da França, aquele que se considerava encarnação do próprio Estado, entenda afinal seus limites ou venha a ser contido por conta das controvérsias e abusos que vêm patrocinando agressões continuadas em seu próprio país. Inclusive ao tentar impor sobretaxas alfandegárias, como agora, sem perceber que elas representam ônus talvez fatal também para os próprios norte-americanos.
E assim esperar que as agressões agora exacerbadas signifiquem para os brasileiros também um convite ao entendimento e à convergência, para que o país ganhe forças para reagir e se defender. Trata-se, simplesmente, de compreender a natureza e extensão dos abusos que estão sendo cometidos e a consequente necessidade de consolidarmos nossa independência e autonomia. No rumo da construção do futuro que deve independer de fatores sobre os quais não temos controle.
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