Editorial

Socorro às rodovias mineiras

Rodovias que cortam o estado vivem "um cenário de calamidade", aponta especialista
Socorro às rodovias mineiras
BR-381 | Divulgação/ ANTT

Depois de lembrar que Minas Gerais é o que chamou de “grande trevo do Brasil”, principal ponto de passagem e entroncamento da malha rodoviária nacional, o vice-presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do Estado, Adalcir Lopes, disse ao Diário do Comércio que as estradas mineiras fazem parte de “um cenário de calamidade”. Condições precárias, não raro por falta dos mais elementares cuidados de manutenção, que comprometem a segurança, representam custos para as transportadoras e acabam afetando a economia em geral. Resumindo, um dos gargalos que compõem e deterioram o custo Brasil.

O empresário não está falando sozinho, não é voz isolada. E o próprio Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) se encarrega de confirmar sua avaliação em estudos demonstrando que apenas 51% da malha rodoviária que corta o Estado podem ser consideradas boas e outros 18% são qualificadas como ruim ou péssima. Na verdade, um título nada honroso para o Estado, que se encontra abaixo da média nacional neste quesito e deve conviver – e competir! – com outros 16 estados em que 70% da malha rodoviária são classificadas como boas.

Trata-se de mais um daqueles paradoxos de difícil explicação. Minas Gerais, com sua posição geográfica central é mesmo o “grande trevo”do sistema rodoviário nacional, ponto de convergência e passagem obrigatória para veículos, de carga sobretudo, que cortam o País. Um sistema que, no seu conjunto, também merece ser apontado como precário, sobretudo se considerado que responde por 60%, talvez um pouco mais, das cargas movimentadas no País. Transporte de baixa eficiência, caro, significa que toda a economia está sendo onerada, da ponta da produção à ponta do consumo final.

Uma situação que não é nova nem desconhecida, que se agrava enquanto permanece no limbo do esquecimento. Para o transportador, nas condições atuais em que o Estado brasileiro não dispõe de recursos para realizar investimentos na escala necessária, a privatização seria a solução. O porém nessa história é que o modelo adotado se revela de baixa eficiência, chegando a não remunerar devidamente os investimentos realizados. Daí a sua baixa atratividade, bem exemplificada nos casos de concessionarias que devolveram suas concessões.

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Não há como rebater o que está sendo dito, não há como negar a realidade. Cabe assim esperar que as ponderações que estão sendo feitas, na realidade repetidas, sejam afinal escutadas. Para que possa surgir um modelo de soluções.

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