Tarifas de Trump evidenciam sua prepotência

A “terra da liberdade”, uma construção que tem mais a ver com marketing que propriamente com realidade, vai aos poucos rasgando fantasias tão bem construídas para se revelar. E, nesse plano, pelo menos o presidente Donald Trump, que chegou à Casa Branca” prometendo “fazer a América grande novamente” faz o seu melhor. Como ao afirmar, usando para isso, como de costume, redes sociais, “que qualquer país que se alinhar às políticas antiamericanas dos Brics pagará uma tarifa adicional de 10%”. Curioso que, apesar dos fracassos que recolheu nos primeiros seis meses de seu governo, ele ainda acredita que possa estar no caminho certo.
Na realidade, Trump está apenas exibindo a prepotência, que é um de seus traços mais marcantes, enquanto se imagina senhor do mundo. E repete o mesmo expediente que utilizou – e mais uma vez sem que tenha produzido qualquer efeito prático relevante – ao ameaçar países que busquem alternativas que não seja o dólar para suas transações internacionais. Como se não percebesse o real significado do slogan que promete fazer a América grande “outra vez”.
Para o planeta, e os países que formam os Brics, dentre os quais o Brasil, estão neste contexto, entendo que construir alternativas significa precisamente escapar da prepotência norte-americana. Fazer negócios por conta própria, buscando caminhos que possam ser mais interessantes, livres da hegemonia que os Estados Unidos, mirados exclusivamente no que lhes interessa, buscam defender a qualquer custo. Ou como também já disse seu presidente, sem preocupar-se em disfarçar o tom ameaçador, “de uma forma ou de outra”. Tudo isso, em termos objetivos, para fazer ver aos países que não acreditam que o que é bom para os Estados Unidos possa ser necessariamente bom para eles próprios, que criar alterativas é caminho sem volta. Algo que os Brics, movimento iniciado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que hoje já agrupa 40% do produto interno bruto planetário, entenderam e buscam corrigir.
Deveria ser o quanto basta para definitiva compreensão de que não existe mais espaço para a sobrevivência de hegemonias ditadas exclusivamente pela força e pelo medo. Não deu certo no passado e continua sem chances de dar certo, o que parece escapar ao entendimento do presidente Trump, mesmo depois dos fracassos colhidos nos seis primeiros meses de governo. Até porque as reações agora tornadas públicas, assim como as ameaças consequentes, não fazem mais que demonstrar como e porque os países que se reúnem e se encontram no Brics se empenham em construir alternativas. Elementar.
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