Negociação é o melhor caminho para contornar as novas restrições de Trump às exportações

Empresários brasileiros, pela voz das entidades que os representam, como as federações de indústrias de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais têm apontado a negociação como principal estratégia para contornar – e superar – as novas restrições que o governo dos Estados Unidos pretende impor às exportações para aquele país. Cabe considerar, no entanto, que as exigências apresentadas pelo presidente Donald Trump fora dos canais diplomáticos e formais foram bem além das tratativas comerciais, como vinha acontecendo desde a posse do novo governo no final de janeiro, para incluir também exigências que se colocam no plano de indevida e absolutamente impertinente interferência em assuntos internos. Simplesmente não há o que responder e tampouco o que negociar, até porque a questão foi clara e inequivocamente colocada em termos de virtual ultimato.
Apesar do ineditismo da situação que foi criada, persiste, se bem observados os movimentos do presidente Donald Trump desde a sua posse, espaço para algum recuo, se não esquecimento com relação aos precisos termos colocados na missiva, que, à semelhança de outras, nem mesmo foi entregue formalmente. Uma sucessão de equívocos que, assinalam observadores mais atentos e independentes, acabou por representar constrangimentos e danos precisamente para o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu grupo.
Serviram também para mostrar que no plano das relações internacionais existe pouco ou nenhum espaço para verdadeira cooperação e entendimento, ficando as alianças no plano das conveniências. Cabe enxergar e cabe aprender que parceiros, quaisquer parceiros, serão sempre circunstanciais e, assim, voláteis, não faltando na história dos povos exemplos que confirmam esta verdade. E também nos permitem enxergar mais claramente que a própria ideia da globalização, até há pouco tão fortemente defendida igualmente não tem como parar de pé.
Assim, e com claras vantagens para o Brasil, resta a compreensão – afinal o saldo positivo – de que o caminho da busca de autonomia, de verdadeira independência, deve ser entendido como mais seguro, verdadeiro objetivo a ser perseguido. Junto com o reconhecimento de que o Brasil dispõe de vantagens competitivas que representam também diferenciais únicos. Localização, extensão territorial, abundância de recursos naturais, água inclusive, e clima são os mais relevantes e se completam com o perfil da população nos apontando o melhor caminho para o futuro.
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