Editorial

Negociação é o melhor caminho para contornar as novas restrições de Trump às exportações

Federações de indústrias de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais têm apontado o caminho para resolução do imbróglio
Negociação é o melhor caminho para contornar as novas restrições de Trump às exportações
Crédito: Reprodução Adobe Stock

Empresários brasileiros, pela voz das entidades que os representam, como as federações de indústrias de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais têm apontado a negociação como principal estratégia para contornar – e superar – as novas restrições que o governo dos Estados Unidos pretende impor às exportações para aquele país. Cabe considerar, no entanto, que as exigências apresentadas pelo presidente Donald Trump fora dos canais diplomáticos e formais foram bem além das tratativas comerciais, como vinha acontecendo desde a posse do novo governo no final de janeiro, para incluir também exigências que se colocam no plano de indevida e absolutamente impertinente interferência em assuntos internos. Simplesmente não há o que responder e tampouco o que negociar, até porque a questão foi clara e inequivocamente colocada em termos de virtual ultimato.

Apesar do ineditismo da situação que foi criada, persiste, se bem observados os movimentos do presidente Donald Trump desde a sua posse, espaço para algum recuo, se não esquecimento com relação aos precisos termos colocados na missiva, que, à semelhança de outras, nem mesmo foi entregue formalmente. Uma sucessão de equívocos que, assinalam observadores mais atentos e independentes, acabou por representar constrangimentos e danos precisamente para o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu grupo.

Serviram também para mostrar que no plano das relações internacionais existe pouco ou nenhum espaço para verdadeira cooperação e entendimento, ficando as alianças no plano das conveniências. Cabe enxergar e cabe aprender que parceiros, quaisquer parceiros, serão sempre circunstanciais e, assim, voláteis, não faltando na história dos povos exemplos que confirmam esta verdade. E também nos permitem enxergar mais claramente que a própria ideia da globalização, até há pouco tão fortemente defendida igualmente não tem como parar de pé.

Assim, e com claras vantagens para o Brasil, resta a compreensão – afinal o saldo positivo – de que o caminho da busca de autonomia, de verdadeira independência, deve ser entendido como mais seguro, verdadeiro objetivo a ser perseguido. Junto com o reconhecimento de que o Brasil dispõe de vantagens competitivas que representam também diferenciais únicos. Localização, extensão territorial, abundância de recursos naturais, água inclusive, e clima são os mais relevantes e se completam com o perfil da população nos apontando o melhor caminho para o futuro.

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