Editorial

União de federações para fortalecer o setor produtivo em Minas Gerais precisa acolher outras entidades; entenda

No início de abril, Fecomércio MG, Fiemg e Faemg anunciaram um trabalho conjunto em prol da população e do setor no Estado
União de federações para fortalecer o setor produtivo em Minas Gerais precisa acolher outras entidades; entenda
Crédito: Pexels

É, ou era, um daqueles assuntos sobre o qual todos dizem concordar, todos apoiam, mas tudo permanece no terreno das boas ideias, sem desdobramentos consequentes, sem resultados a comemorar. Estamos falando do associativismo empresarial, que, no geral, perde força e representatividade por conta de sua fragmentação. E em oposição à realidade proposta de movimentos convergentes, de aproximação, união e integração de todas as entidades. Juntos, por óbvio, todos seriam mais fortes, falariam alto e seriam ouvidos, invertendo-se dessa forma a lógica da submissão, queiram ou não, ao setor público. Num passado já distante, cabe recordar para os mais novos, falou-se até num grande movimento nacional, do qual resultaria a criação da União das Classes Produtoras, que chegou a receber a sigla Uniclap, mas esbarrou na vontade, evidentemente contrária, da então toda poderosa ditadura militar.

A fragmentação vai na direção contrária, mas como regra atende pequenas vaidades que se imaginam poderosas nos seus castelos e assim, na surdina, tem trabalhado para que a realidade não seja alterada. Eis a justa medida da importância de movimento desencadeado a partir da Federação do Comércio de Minas Gerais e desde a semana passada abraçado também pelas federações das Indústrias e da Agricultura. As três entidades anunciaram em Uberaba que darão início a um trabalho conjunto em prol do setor produtivo em Minas Gerais. Nadim Donato, presidente da Fecomércio, disse na ocasião que a atuação que agora ganha visibilidade acontece há pelo menos um ano e caminha para a busca de uma representatividade ainda maior.

Eis o que precisa e deve ser feito, com abertura para as demais federações, que são as entidades mais bem estruturadas e consequentemente mais fortes. O que se imagina, no entanto, como ideal, é que todas as entidades de representação classista – Câmara de Diretores Lojistas, Associação Comercial, Sociedade Mineira de Engenheiros, etc. – sejam também acolhidas nesse movimento, que pode se desdobrar de maneira bem pragmática, evitando, por exemplo, a superposição de serviços. Como não imaginar a eficácia de um grande centro de estudos, planejamento econômico e desenvolvimento que tivesse suporte e participação de todas as entidades?

Estamos falando de dar consequência a iniciativas mais tímidas, como as reuniões mensais, informais, dos presidentes das principais entidades que bem podem ser tomadas como embrião do movimento agora posto em marcha. Só se pode esperar que ele avance e que no bom sentido a ambição não tenha limites, devolvendo a quem produz a relevância política e social que lhes é, ou deveria ser, inerente.

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