Editorial

Uso do smartphone traz tecnologia e riscos ao alcance das mãos

Impressiona que ferramenta tão poderosa e eficiente tenha também o seu lado perverso, indesejado
Uso do smartphone traz tecnologia e riscos ao alcance das mãos
Crédito: Adobe Stock

A internet foi desenvolvida nos anos 70 nos Estados Unidos como um sistema independente de comunicação destinado a atender as forças armadas daquele país. Ganhou aplicações mais amplas em seguida como uma rede mundial para atender universidades, centros avançados de pesquisas e alguns poucos cientistas. No Brasil, a Belo Horizonte, chegou na década seguinte e tendo como berço a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Era vista como algo mágico, porém fora do alcance da maioria. A escalada foi rápida e impressionante, propiciada pelos avanços da informática, em especial aumentos exponenciais na capacidade de processamento e brutal redução de custos da memória.

Hoje, poucas décadas mais tarde, com o acesso à informática bem perto da universalização, a internet passou a ser, para pessoas e empresas, a principal ferramenta de comunicação e muito mais, substituindo inclusive a telefonia convencional. E tudo isso com ganhos de produtividade, qualidade e abrangência que há muito pouco tempo estariam no plano da ficção científica. A realidade que mudou o mundo a partir dos avanços tecnológicos que suportaram também a corrida espacial na década anterior.

Impressiona que ferramenta tão poderosa e eficiente, que verdadeiramente ajudou a transformar a vida no planeta, tenha também o seu lado perverso, indesejado. Algo facilmente percebido na mera observação das chamadas redes sociais, tudo isso amplificado e potencializado pela telefonia celular.
Um exemplo que chama atenção e deveria provocar reflexão: dados recentemente divulgados revelam que chegaram aos organismos policiais no País 271 mil denúncias relativas a práticas do chamado estelionato digital, veículo das mais diferentes fraudes, bancárias principalmente, tendo como alvos preferenciais pessoas idosas, mais facilmente confundidas nestas ocasiões. Pior ainda é saber que as mesmas autoridades policiais estimam que menos de 1% das ocorrências geram registros formais e consequentes investigações.

São números que impressionam vivamente assim como impressiona a falta de reação, a passividade diante de problema dessas proporções.

Utilizar um telefone móvel se transformou em risco tão grande que é crescente o número de pessoas que não atendem ligações de desconhecidos. O telefone de alguma maneira deixa de cumprir assim a mais elementar de suas funções. Absolutamente não é crível que a tecnologia que levou a avanços tão grandes e tão rápidos não seja capaz também de conter tantos e tamanhos abusos.

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