Em busca de um novo projeto educacional

A maioria de nós não conhece a história por trás de nomes como Lise Meitner, Bertha Lutz, Maryam Mirzakhani ou Enedina Alves Marques. Como outras tantas, essas são algumas das mulheres que revolucionaram a ciência mundial e tiveram seus legados desmerecidos.
A primeira descobriu como se dava a divisão do núcleo dos átomos (fissão nuclear), e em 1944 – durante a ocupação nazista da Alemanha – quem recebeu o Prêmio Nobel de Química foi Otto Hahn, seu colega no Instituto Kaiser Wilhelm de Berlim. Bertha foi uma das maiores biólogas do Brasil e, formada também em Direito, foi uma figura ativa no processo de aprovação do voto feminino no Brasil em 1932, e poucas pessoas sabem disso. Já a iraniana Maryam Mirzakhani foi a primeira e é a única mulher a receber a Medalha Fields, conhecida como o Nobel da Matemática, em 2014, por contribuições que impactaram o estudo de números primos e a criptografia. A curitibana Enedina Alves Marques deixou o seu nome na história em 1940, quando ingressou na Faculdade de Engenharia Civil do Paraná e se tornou, cinco anos depois, a primeira mulher engenheira do estado e a primeira mulher negra graduada em engenharia no Brasil.
No mês em que celebramos o Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador (8 de julho), os números revelam que esse passado não é distante. De acordo com a publicação “Uma equação desequilibrada: aumentar a participação das mulheres na Stem (sigla para Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) na LAC”, feita pela Unesco este ano, 71% dos pesquisadores universitários são homens, somente 3% dos prêmios Nobel de ciências foram concedidos a mulheres e, no Brasil, a representação de mulheres em cargos de liderança na área de Ciência e Tecnologia está entre 0% e 2%.
Atentos à realidade das mulheres, há dois anos lançamos o Steam Girls, uma série de ações que buscam despertar o interesse e incentivar meninas a seguirem carreira em Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática (Steam). De encontros virtuais com mulheres profissionais das áreas Steam a experiências multidisciplinares com oficinas, palestras e peças teatrais, desenvolvemos atividades para trazer cada vez mais o universo feminino para áreas em que a presença masculina é maior.
Para quebrar esse ciclo que reduz a presença feminina nas ciências exatas e na tecnologia, devemos começar pela base. Somente a partir de uma formação integral teremos indivíduos críticos, com uma visão ampla de mundo e conectados com as reais necessidades do mercado. Sabemos que esse movimento pede uma ação em rede, com a união de esforços em torno de um objetivo comum: encontrar caminhos para uma educação cada vez mais qualificada, inclusiva, acessível e que ofereça igualmente a homens e mulheres as oportunidades de fazerem a diferença.
Na Fundação ArcelorMittal apostamos nessa construção coletiva e sabemos que o futuro transformador e sustentável que desejamos começa a ser erguido hoje. A educação – ao lado da cultura e do esporte – é um eixo prioritário de ação, e nesse sentido o Steam Girls integra uma estratégia que busca responder aos desafios atuais no Brasil, com abordagens inovadoras, focadas no desenvolvimento do raciocínio crítico, na sensibilidade e na capacidade de conexões entre teoria e mundo real. Educadores de todo o País estão conosco em uma jornada rumo à formação de professores em práticas pedagógicas que integram as áreas Steam e que resultam no desenvolvimento integral dos alunos.
Na Fundação ArcelorMittal, acreditamos que essa batalha por igualdade é de todos e para todos, e por isso seguimos motivados em busca de um projeto educacional que abra portas e prepare as novas gerações para os desafios futuros.
Ouça a rádio de Minas