Em tom maior

É muito difícil escapar do lugar comum para reverenciar Octávio Elísio, nosso Confrade das Tertúlias Quixotescas de todas as segundas ou terças-feiras, quase sempre também aos sábados, para trocar impressões sobre literatura, artes e belezas de um modo geral.
Trocar é redução simplista, pois mais recebíamos — Olavo Romano, Edmundo Carvalho, William Santiago, Francisco Bastos e Paulo Miranda — que doávamos ao Mestre Octávio, nosso estimado El Grandón.
Gentil, dedicado, comedido, bom ouvinte, dotado de humor refinado que só aos mais chegados costumava expressar com alguma cautela. Isso depois de anos e anos de muitas aproximações. Timidez, recato? Acho que não. Apenas o inato jeito simples de ser e de ir se revelando aos pouquinhos, como na arte da fotografia, pela qual também se encantara e era reconhecido como perito.
Professor, sim, este o melhor qualificativo para Octávio, pois nada dizia que não fosse alcançado após exercitar o ofício de garimpar riquezas da mais alta qualidade, que só ele enxergava.
Era assim — é assim — que Octávio continuará conosco; acolhidos por ele, tivemos o privilégio de ser alimentados de vários saberes em quase três décadas de intensa convivência, em encontros nos quais éramos inundados de conhecimentos e relatos que o Grande Mestre sabia e gostava de compartilhar.
Repetia sempre: “A beleza só tem sentido se puder ser compartilhada.” Foi o que ensinou e espero ter aprendido um pouco do muito que nos ofereceu.
Ficam em nós as lembranças, como ele mesmo ensinava ser o melhor jeito de partir sem ir embora.
Octávio Elísio, Educador, nosso Confrade.
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