Opinião

Energia solar e o crescimento mineiro

José Eloy dos Santos Cardoso*

Apoiar e atrair investimentos internos e externos sempre foi uma das políticas de Minas Gerais desde os anos 70/80. Dentre outras, essa foi a estratégia mineira que deu voz e bons resultados naquelas décadas. Como as poupanças internas eram insuficientes para dar ao nosso Estado taxas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) elevadas, um dos maiores recursos foi atrair empresas importantes do exterior para construir filiais mineiras.

O melhor exemplo foi o da Fiat Automóveis. Naquele ano (1970), Rondon Pacheco e seu já escolhido secretário de Indústria e Comércio, Francisco Noronha, foram até a Itália para conversar com o presidente da Fiat e convencê-lo de vir até Minas Gerais para conhecer de perto todas as condições que nosso Estado poderia oferecer para aquela empresa instalar uma filial aqui. Tanto Rondon como Noronha ainda não tinham tomado posse.

Minas Gerais possui uma diversidade de setores que podem oferecer condições para os estrangeiros investirem por aqui. Por exemplo, estamos vivendo um momento que a geração de energia elétrica eólica pode surgir como uma boa oportunidade. A Mori Energia investiu aqui e espera alcançar R$1 bilhão em investimentos até 2021. Especializada em investir e operar ativos ligados à energia renovável de geração distribuída, ela espera conseguir investir esse dinheiro em Minas, considerado o mais importante pelo fator localização estratégica pelo sol abundante, sistema viário, incentivos fiscais, etc.

Segundo notícias já publicadas, já foram aportados na construção e implantação desse tipo de energia renovável 34 usinas localizadas no Norte e Nordeste mineiro. Nove já se encontram operando e 35 megawatts que já estão sendo disponibilizados para clientes da Cemig. A atração de novos investimentos é mais do que essencial para o desenvolvimento econômico e geração de empregos. Minas possui grande potencial devido à diversificação de setores e localizações estratégicas. O assunto foi discutido na “2ª Webinar Minas Gerais – investimentos e desenvolvimento econômico”, promovido pelo vice-governador Paulo Brant.

Sendo o terceiro maior PIB do País e segundo maior exportador, localizações geográficas estratégicas gerando ambientes logísticos favoráveis, principalmente depois da implantação do aeroporto industrial em Confins, promete ser um grande avanço nas perspectivas mineiras de crescimento. O agronegócio mineiro e o potencial deste setor serão muito importantes no futuro.

Fica claro que tanto Minas quanto o Brasil poderão garantir a segurança alimentar mundial com destaque para grãos, cafés e a produção de proteína animal. Destaque importante e especial é a capacidade de atrair investimentos na energia solar fotovoltaica. A região Norte já destacou isso, mas existe a possibilidade de instalação de usina desse potencial em várias regiões do Estado. Esses investimentos são importantes por impactar o desenvolvimento regional por estarem localizados em regiões do Estado ainda subdesenvolvidas como o Norte mineiro.

Nosso Estado possui um grande número de universidades federais que apresentam grande produtividade acadêmica. São polos de desenvolvimento ligados às pesquisas universitárias que facilitam a utilização entre tecnologias e inovações. Quaisquer que sejam as hipóteses, o que Minas mais precisa é de capital externo. Apesar do potencial de crescimento, falta ainda mais capital. A vinda de mais recursos extras é importante porque a instalação de grandes projetos em municípios variados sempre estimulam a inovação e a geração de muitos empregos.

*Economista, professor da PUC-Minas e jornalista

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