Entrega nas mãos de Deus, mas não se esqueça das mãos do Contador
Antes de adentrar no artigo propriamente dito, cumpre esclarecer que adotei expressão corriqueira e popular em que sobressai a fé, quando, em situação adversa, difícil, faz-se uso de expressões tais como “entrega para Deus” ou “entreguei para Deus” “entrega nas mãos de Deus”. O uso não tem como motivação menosprezar, desdenhar, desdizer, desrespeitar a fé de quem quer que seja, muito menos desrespeitar qualquer religião ou credo.
A gestão de qualquer atividade tem relação estreita com condução de pessoas e a utilização racional de recursos, visando alcançar objetivos que devem estar disposto em planejamento sólido e factível, amparado em estudos, análises de todos atos e fatos que possam vir a subsidiar a projeção de situação ou situações passíveis de ocorrer, seja no médio ou longo prazo.
O melhor resultado ou resultado positivo, sempre foi e será o fim buscado por qualquer indivíduo seja qual for a atividade por ele exercida. Para tanto, faz-se necessário a plena e lúcida ciência do que se pretende obter, do que se pretende alcançar e, fundamentalmente, de quais recursos poderá se valer. Assim, é certo que, seja em projeto pessoal de cada um ou em se tratando de empreendimentos empresariais ou públicos, o fim buscando em razão das ações empreendidas não é outra senão a obtenção de resultados positivos.
Projetos e objetivos devem ter sempre amparo na realidade e na racionalidade caso se deseje efetivamente alcançá-los. “Nossos objetivos são racionais, não porque são deduzidos da consideração objetiva das coisas; o que equivale dizer que são deduzidos a partir da elucidação do seu processo que não é nem pode ser resultado de nosso arbítrio mas, ao contrário, vence e submete nosso arbítrio” (LABRIOLA, Antônio, 1895).
Lançar-se, por exemplo, em uma aventura no mar com o fito de realizar, digamos, sonho pessoal e até romântico de conhecer o mundo sozinho, utilizando-se de adequado meio ou embarcação e possuidora de modernos recursos tecnológicos como os de propulsão e navegação, é só parte do que realmente se necessitará para implementar tal empreitada. A outra parte diz respeito ao conhecimento, saber, por exemplo, acerca da navegação marítima, incluindo-se ai conhecimento do mar (oceanografia), de geografia, além do uso adequado da embarcação e dos dispositivos disponíveis nela, dentre outros.
A gestão empresária é similar ao acima narrado, requerendo-se a aplicabilidade efetiva dos conhecimentos contábeis enquanto ferramentas de gestão, dadas as suas características essenciais intrínsecas, que possibilita definir solução ou caminho a seguir a cada necessária tomada de decisão. Permite, ainda, que se tenha, mediante a geração de relatórios e informes que lhes são peculiares, a adequada visão de mensuração da situação econômica e financeira na qual se encontra a empresa ou atividade.
É essencial que se proceda, por exemplo, a avaliação e acompanhamento do fluxo financeiro e o seu uso de forma racional. O efetivo controle e acompanhamento das disponibilidades utilizadas e aquelas à disposição, enseja que se tenha em mãos informações que irão possibilitar a projeção de ações adequadas de gestão dos recursos, bem como, quanto às necessidades de recursos futuros, o que é essencial para que a execução de planos e projetos não sofram ou venham a sofrer descontinuidade.
A contabilidade permite mensurar o peso real da carga tributária que incide sobre a atividade e, após e com base nessa informação adotar, dentre as variáveis ou forma de tributação permitidas em lei, a mais adequada para que onere menos o resultado. Da mesma forma, saber precificar seu produto ou serviço, como popularmente dito “colocar preço”, requer, em primeiro lugar, determinar o custo da produção do bem ou serviço, ou seja, saber de forma exata quanto custa vender, produzir bem ou serviço, informações produzidas pela contabilidade.
A contabilidade atua como um sistema integrador dos registros financeiros, econômicos e patrimoniais, visando informar acerca de todas as ocorrências e movimentações que afetam o patrimônio de qualquer atividade e identificando os responsáveis pelas ações e movimentações. Neste sentido, a contabilidade, permite, dentre outros:
a) saber quais as fontes ou origens dos recursos financeiros e as suas alocações;
b) saber de que forma a empresa ou entidade qualquer, financiou suas atividades, como conseguiu suprir as suas necessidades de caixa;
c) avaliar a capacidade de a empresa prover recursos necessários à manutenção de suas atividades e, via de consequência, honrar seus compromissos;
Por fim, como disse Hegel “Entender é superar” (HEGEL, George Wilhelm Friedrich). No caso aqui abordado é plenamente aplicável aquela colocação citada, ou seja, para superar desafios e dificuldades inerentes a gestão, além dos meios materiais, é necessário entender, conhecer, buscar aprimoramento e, tão importante quanto é contar com o suporte de profissionais que atuem na área para qual haja demanda de saber, conhecimento técnico específico.
A gestão não pode contar somente com recursos materiais, essenciais sem dúvida, mas não dispondo de profissional contábil pode levar ao insucesso, ao resultado negativo, adverso, ao prejuízo e que, dado o seu tamanho, pode se mostrar de difícil recuperação ou até mesmo irreversível
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