Opinião

Feiras estimulam hábito de leitura

Feiras estimulam hábito de leitura
Crédito: Divulgação

O brasileiro gostaria de ler mais, porém reclama da falta de tempo para cultivar esse hábito. A revelação é parte da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, apontando que 82% das 8.076 pessoas entrevistadas confirmaram o interesse em ter mais tempo para ler. Já, entre aqueles que evitam os livros, as justificativas são também não terem tempo (34%) ou não se sentirem bem (28%). Os motivos são diversos, passando pela criação dos filhos longe dos livros e histórias, falta de projetos para estímulo nas escolas e ausência de interesse pela literatura.

Os brasileiros devem reavaliar seus hábitos, em relação ao processo para aquisição de conhecimento e ou entretenimento, identificando as diversas opções para alcançar maior qualidade de vida e aprimoramento profissional. A pesquisa revelou ainda que  apenas 17% da população frequentam bibliotecas, escolares ou públicas, sempre ou às vezes. A região Sudeste  é líder em presença nas bibliotecas com 38% do público aproveitando esses espaços.

Um dado preocupante desse  estudo do Instituto Pró-livro é que considerou leitor quem leu, inteiro ou em partes, pelo menos, um livro nos últimos três meses. O levantamento envolveu 208 municípios brasileiros, entre outubro de 2019 e janeiro de 2020, visando conhecer o comportamento do leitor, mensurando a intensidade, forma, limitações, motivação, representações, condições de leitura e de acesso ao livro, impresso ou digital.

A sociedade pode se organizar para reverter essa situação. Um dos projetos que contribui muito com a disseminação da leitura e conhecimento está em iniciativas educacionais como a “Bienal Mineira do Livro”, de 13 a 22 de maio, no BH Shopping. A programação apresenta ações formativas e culturais para estudantes, professores e a população em geral.

Uma iniciativa como essa, com estimativa de receber mais de 200 mil pessoas, portanto, acaba se tornando uma referência em estímulo para novos leitores e encorajamento para as famílias perceberem a importância de criar o hábito da leitura, ainda em casa.  O desejo pode ser instigado, bastando que as pessoas identifiquem qual é o tipo de conteúdo que querem consumir. Existem autores e histórias para todos os gostos. A questão é tomar atitude para encontrar as próprias preferências.

Os dez dias da programação “O Reencontro é Real” colocam o Estado no circuito nacional da cultura e do incremento da aprendizagem ao transformar Belo Horizonte na capital brasileira da literatura. A programação apresenta oportunidades para disseminar a leitura, divulgar livros, estreitar relacionamentos entre leitores e autores e estimular a  geração de novos negócios.

A iniciativa é privada mas um importante exemplo de contribuição com o desenvolvimento da capacidade crítica, do conhecimento profundo e do repertório cultural de cada leitor. A acessibilidade da população a grandes personalidades literárias mundiais e profissionais do mercado editorial é um despertar crucial para o interesse pelas histórias.

Afinal, a leitura é uma atividade dinâmica para proporcionar prazer e acontecer com autonomia. O indivíduo descobre paixões e conhecimentos, considerando que os visitantes podem ser conquistados pela bibliodiversidade dos mais diversos temas, histórias, biografias e ficções, quadrinhos, guias, literatura,  didáticos e em tantas outras categorias e gêneros.

O contato direto com escritores, por exemplo, propicia diversas vivências e debates para o desenvolvimento também do setor. A visita em iniciativas como a bienal permite diversos benefícios. Alguns deles são a troca de informações,  ampliação da rede de contatos entre editores, distribuidores, livreiros, autores e os diversos agentes culturais e educacionais envolvidos,  gerando, ainda, valiosas oportunidades de negócios.

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