Fintechs x bancos tradicionais: briga de gigantes

As fintechs surgem para trazer inovação e corrigir as inconsistências que os bancos tradicionais ainda não fizeram, como juros altos, dificuldades de aprovação de crédito, burocracia nos processos, atendimentos presenciais e de baixa qualidade. Mas será que as fintechs são mais requisitadas que os bancos tradicionais?
De acordo com a Associação Brasileira de Startups (Abstartups), pouco mais de 10% das mais de 13.500 startups existentes no País são fintechs, ou seja, startups voltadas para o mercado financeiro. Existe uma razão muito clara pela qual este segmento está em constante crescimento, sendo atualmente o 5º com maior número de startups: há uma demanda imensa por serviços bancários práticos e de qualidade.
Com 598 fintechs mapeadas em todo Brasil pela Abstartups, é possível perceber que o ecossistema já é consolidado e tem ganhado bastante aderência e conquistado cada vez mais clientes. De acordo com o Instituto Locomotiva, em parceria com a TecBan, 42% dos brasileiros possuem contas em bancos digitais.
Grande parte do sucesso pode ser atribuída a uma melhor experiência do cliente, aplicativos dinâmicos, facilidade nas operações, custos mais baixos e menos burocracia. No entanto, se engana quem pensa que os bancos tradicionais estão enfraquecidos: 74% dos usuários de bancos digitais também possuem conta em um banco tradicional, evidenciando que o consumidor está procurando mais serviços financeiros de acordo com o seu perfil.
Portanto, o cenário de conflitos entre bancos convencionais e fintechs pode parecer pertinente, mas o fato é que, até o momento, todos os players do segmento têm seu espaço no mercado. Por uma questão geracional, clientes conservadores, em sua maioria com mais de 50 anos, ainda podem apresentar insegurança ao realizar movimentações bancárias no ambiente digital, mas isso não significa que os bancos tradicionais estão atrás na corrida tecnológica para brigar por clientes.
De acordo com uma pesquisa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), os bancos digitais e tradicionais investiram R$ 8,9 bilhões em tecnologia em 2020, um aumento de 7% em relação ao ano anterior. Serviços financeiros oferecidos por canais digitais se popularizaram ainda mais com a pandemia, já que o consumidor percebeu que realmente não precisa sair de casa para movimentar dinheiro.
Sem mais delongas, toda essa corrida em busca do protagonismo no mercado financeiro é vista com bons olhos: o cliente agora tem mais opções, impulsionando a transformação do setor bancário.
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