Gargalos dificultam o transporte coletivo

Recentemente, participei de um encontro com o Ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, para debatermos sobre projetos de investimentos do governo federal para Minas Gerais. Na ocasião destacamos a necessidade de intervenções pontuais e urgentes, em diversos trechos de Belo Horizonte e da região metropolitana, que tem penalizado diariamente o usuário do transporte coletivo por ônibus, com aumento nos tempos de viagens, entre outros contratempos.
Trechos do Anel Rodoviário, BR-381, BR-040 e Fernão Dias, sofrem com gargalos que precisam de uma infraestrutura adequada para melhorar a qualidade e eficiência do sistema, sendo primordial também o investimento visando priorizar a circulação do transporte público nesses sistemas viários.
Os pontos críticos do anel estão localizados no bairro São Francisco, na região da Pampulha, no bairro Carlos Prates, na região noroeste, no bairro Madre Gertrudes, próxima à saída para a avenida Amazonas, na região Oeste da cidade, todos esses locais com estreitamento repentino de pista. Ainda no anel, outro ponto crítico, com acidentes recorrentes com mortes, fica no trecho de descida do bairro Betânia.
Outros gargalos importantes, que também necessitam de intervenções, ficam nas entradas e saídas pelas rodovias que cortam a RMBH. Na ligação da Rodovia Fernão Dias: trecho da Fiat ao Terminal Cidade Industrial e Anel Rodoviário, as viagens são muito lentas e demoradas. A criação de corredores e de faixas exclusivas se tornaram necessárias para o transporte coletivo ganhar fluidez.
Na BR-381 na saída e chegada da cidade, na altura de Sabará e entrada para Santa Luzia, o local está sempre congestionado, sem possibilidade de ultrapassagem, com baixíssima velocidade comercial e com elevado número de acidentes. Obras em alguns trechos estão comprometidas por dificuldades com invasões à beira da pista, que torna a criação de corredores exclusivos inviabilizados.
Na BR-040, o trecho entre Ribeirão das Neves e Belo Horizonte, por falta de infraestrutura de acesso, os passageiros ficam mais de 40 minutos dentro dos ônibus no local, por dificuldade de acesso ao Anel Rodoviário e via expressa.
Cabe ressaltar que a Lei 12.587/12, conhecida como lei da mobilidade urbana, já determina que municípios com população acima de 20 mil habitantes são responsáveis por elaborar um plano de mobilidade urbana, priorizando o modo de transporte não motorizado e os serviços de transporte público coletivo.
A RMBH tem hoje a maior frota de veículos do Brasil em relação a sua população, que é de mais de seis milhões de habitantes. Não há espaço para todo mundo, além da frota, a região tem uma topografia complicada com muitas montanhas e vales para criar um sistema viário mais abrangente e ágil.
Com baixo investimento e retorno em curto prazo, ampliar as faixas e corredores exclusivos é eficaz e torna as viagens mais rápidas. Não adianta termos os melhores ônibus do mundo se eles vão ficar presos nos congestionamentos. Intervenções mais efetivas possibilitam ganho de eficiência, rapidez, pontualidade e produtividade para a população. Além de reduzir o custo operacional, auxilia na redução de acidentes em pontos críticos.
O setor de transportes de passageiros conta hoje com 71 empresas na RMBH e 400 empresas no estado, gerando mais de 100 mil empregos diretos
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