Opinião

Giro pelas notícias

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Mauro Cid era homem de confiança do ex-presidente Jair Bolsonaro | Foto: Reuters/Adriano Machado

“Não é mais aquecimento, mas fervura global” (Antonio Guterrez, da ONU)

Aquecimento – “Estamos saído do aquecimento para a fervura global”. Afiança apreensivo, o Secretario-Geral da ONU Antonio Guterrez. Abundam os sinais. Temperaturas extremadas, inundações, incêndios, furacões, seca, adelgaçamento da camada de ozônio, tremores de terra. O mundo sob ameaças perturbadoras e o fundamentalismo negacionista, adepto do terraplanismo a dizer que tudo isso não passa de invencionice. Numa versão do “samba do crioulo doido”, atribuem tudo a maquinações de cientistas amalucados comprometidos com uma nova ordem mundial articulada por Bill Gates, Soros, e outros magnatas de Wall Strett, em parceria com os dirigentes da China e da Coreia do Norte, sob as bênçãos do Dalai Lama, do Patriarca de Constantinopla e do Santo Padre.

Chá – Analistas dos penumbrosos bastidores russos, assim que desarticulada a rebelião do grupo mercenário Wagner, vaticinaram que seu truculento líder Yevgeny Prigozhin seria fatalmente eliminado com um “chazinho de encomenda”, como reza a tradição do regime comandado pelo tzar Vladimir Putin. Ledo engano, a saída de cena do personagem foi devido a um “acidente aéreo”.

Sobressalto – A notícia acerca da intenção do tenente- coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Bolsonaro, vir a colaborar com a Polícia Federal, clareando aspectos das investigações em que está envolvido, vem provocando sobressalto em certos redutos políticos. A depender do teor das revelações, muita gente acabará sendo convocada para oitivas no cartório. A respeito de coisas graves sobre as quais a opinião pública já não nutria qualquer dúvida, haverá agora inapelavelmente certeza absoluta.

STF – A Ministra Rosa Weber, presidente do Supremo Tribunal Federal, deixa agora em setembro a instituição. Será substituída por alguém a ser indicado pelo presidente Lula, com referendo do Senado.

São intensas as especulações pertinentes a essa indicação. Rosa Weber é na atualidade uma das duas mulheres integrantes da Alta Corte. Do exercente das nobres funções de magistrado exige-se seja detentor de notório saber e ilibada reputação. Levando-se em conta tais requisitos e ainda as circunstâncias da predominância feminina e da majoritária presença negra na composição populacional, é justo esperar-se que o Planalto opte por jurista mulher. Negra.

Ministérios – A política é assim mesmo. Aqui e alhures. Engloba negociações, acordos, troca de favores, oferta de cargos relevantes a eventuais parceiros, pactos solenes. Isso tudo se torna mais frisante nos momentos em que se afigura necessário um entendimento partidário capaz de garantir base de sustentação parlamentar para aprovação de medidas e projetos de interesse de quem conduz as rédeas da administração. O governo Lula e alguns partidos que estiveram do lado oposto na campanha presidencial vêm dando curso a confabulações no sentido da participação de representantes desses núcleos políticos no Ministério. Até aí tudo bem, como já dito, isso é do jogo. O que não nos parece certo é a criação de mais Ministérios. Já os temos de sobra. Pra falar a verdade o governo estabeleceu na reforma recente um número já exagerado de pastas. A absorção dos novos colaboradores deve ficar adstrita ao esquema ministerial existente. É o que o bom senso recomenda.

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