Inovação tecnológica nos cenários rurais

Benjamin Salles Duarte*
Os historiadores e pesquisadores ao longo de séculos registram que a espécie humana, evolutiva, passou pelas artes de pescar, coletar frutos, caçar, atacar e defender-se, quando numa perspectiva de tempo acessou ao domínio do fogo, que emanava luz e calor. E mais, cuidava dos rebanhos de pequenos e grandes animais, e presumivelmente plantou grãos que levariam tempo para produzir alimentos.
Portanto, tornou-setambém um agricultor ao fundamentar os primórdios da agricultura moderna, estimada em 12 mil anos, que foi, é e será um dos pilares das civilizações, entre outras demandas e novas necessidades econômicas, sociais e ligadas aos recursos naturais no viger do século XXI.
Assim posto, o passado, presente e futuro presumível explicam os avanços e conquistas havidas e por haver no planeta Terra, através da lógica da evolução aferida pelas ferramentas disponíveis pela Ciência & Tecnologia, em todos os cenários das pesquisas e saberes humanos acumulados. Emergem também esses avanços das complexidades dos continentes, oceanos, mares, climas e mudanças climáticas, vocações agropecuárias, solos, florestas, recursos hídricos, fotossínteses, malhas hídricas, “ciclo hidrológico,” entre outras condicionantes!
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Essas sinergias continuam indissociáveis e o mundo natural é um sistema conectado há milhões de anos, onde se multiplicam as intervenções humanas e outros eventos baseados em bilhões de seres viventes da biodiversidade mundial. Além disso, a inovação atua num sistema para além do conceito físico de plantar e criar, sendo que sua adoção é um processo de tomada de decisão que envolve consideráveis conhecimentos tecnológicos e gestão para resultados.
Vale ainda lembrar que a milenar experiência do erro e do acerto continua viva, e a descoberta da escrita, que é creditada aos sumérios em 3500 a.C,entre outras formas de expressão humana, fundamentaram os ganhos notáveis da Ciência & Tecnologia nessa marcha batida rumo ao futuro!
Além disso, a paleontologia pesquisa os fósseis, sejam quais forem, para entender como a vida evoluiu na Terra ao longo de milhões e milhões de anos, através das chamadas “Eras geológicas.” A agricultura é parte desse processo cíclico, e o pesquisar não tem fim, pois as perguntas serão sempre maiores do que as respostas no mundo científico.
Depreende-se também que há milênios, por certo, os que plantavam e criavam escolhiam as plantas e os animais mais vigorosos, seleção visual, e sem nenhum conhecimento científico sobre o código genético, descoberto em 1961, e permitindo melhorar os desempenhos de seus rebanhos de pequenos e grandes animais, e das lavouras ao longo de séculos.
Outrossim, circula uma tese minimamente equivocada; as questões ligadas à sustentabilidade dos recursos naturais não são apenas de domínio dos ambientalistas, controversos, não raro, mas envolvem milhares de atores, campo e cidades, bem como políticas públicas, mercados, adoção de boas práticas, e muitos bilhões de dólares a serem investidos na recuperação dos passivos ambientais globalizantes!
Noutra convergência, os agricultores familiares, médios produtores e grandes empresários do agronegócio brasileiro, com suas singularidades econômicas, sociais e ambientais, transformam os conhecimentos gerados nos sistemas de pesquisa agropecuária em boas práticas agronômicas e florestais nas diversas regiões brasileiras e contribuindo para abastecer e exportar, bem como sustentam a formação do Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio, que é parte indissociável do PIB brasileiro e mineiro.
Entretanto, sejam também asseguradas e aperfeiçoadas as políticas públicas direcionadas à agricultura familiar em Minas Gerais e no Brasil, convergindo mais acessos à pesquisa, assistência técnica, aos mercados locais, institucionais,regionais e nacional na oferta de alimentos de qualidade. Minas Gerais abriga 441,8 mil estabelecimentos rurais familiares (72,7%); no Brasil, 3,89 milhões (77%)(IBGE); um universo considerável à modernização!
*Engenheiro agrônomo
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