Opinião

Intelectuais relembram Arduini com carinho

Intelectuais relembram Arduini com carinho
Crédito: Academia de Letras do Triângulo Mineiro

“Um livro belo e fértil, obra coletiva, a voz do caminho na potência dos bons encontros, um eco dos que, escutando a utopia revolucionária da vida-obra do velho passarinheiro, desdobraram sua produção numa terna e libertária revoada, os amigos numa revoada de afirmação da luta”.  (Jorge Bichuetti)

Um grupo de intelectuais de criativa presença no cenário cultural da região de Uberaba, antigos discípulos de Juvenal Arduini ou companheiros seus de vida acadêmica e lida literária, tomaram a iniciativa de organizar, sob a coordenação da diligente professora Vânia Maria Resende, o livro intitulado “Travessia de libertação – Vida e obra de Juvenal Arduini”. O resultado é esplêndida coleção de artigos, depoimentos, fotos, retratando um sábio e encantador personagem que deixou cintilantes vestígios de sua passagem por este mundo, atuando como sacerdote, educador, escritor, conferencista, influenciando com suas ideias vanguardeiras numa linha humanística e espiritual impecável milhares de pessoas de diferentes gerações. É fácil identificar no que é dito a seu respeito, nas falas inspiradas que povoam estas páginas, mais do que admiração pelo pensador, um carinho e ternura muito especiais por Arduini. Não há entre os que com ele conviveram quem não tenha, pra falar verdade, sentido por ele veneração. Semeador de conceitos de vida edificantes, contribuiu em lutas memoráveis e desgastantes no campo das reflexões sobre o sentido da vida de persuadir as pessoas a entenderem a lição evangélica que fora da solidariedade social, não há salvação e que as criações humanas voltadas para o progresso não são um fim em si mesmas, mas um meio para se atingir um fim, sempre social, tendo o homem como alvo.

Os vinte e oito intelectuais responsáveis pelos textos desta obra primorosa procuram mostrar essa realidade aos leitores. Vem abaixo o depoimento de minha autoria:

“Arduini teve participação em eventos decisivos ligados à expansão da consciência e conquistas sociais. Em momentos difíceis, quando valiosos ideais de vida eram colocados sob ameaça, o seu desassombro, autoridade intelectual e moral em serena avaliação dos acontecimentos representaram, para milhares de cidadãos, uma âncora firme, um abrigo e um acalento. É inevitável a recordação, sem intuito de atingir personagens menores, à época encastelado em poderosos bastiões do farisaísmo emborcado na contramão da história, da presença marcante de Juvenal Arduini nas batalhas pelos direitos civis, alvejados impiedosamente por muitos nos chamados anos de chumbo. Ele travou essas batalhas em púlpitos, em livros, em salas de aula, conferências e discursos de formatura. Deixou à mostra, o tempo todo, guarnecido de fé e segurança, inabaláveis crenças cívicas, democráticas, humanísticas, no superior destino do homem, desenhado nos desígnios de Deus. Fê-lo com altivez num cenário povoado, na época, por extremismos políticos e religiosos, exasperante insensibilidade social, injustiças e incompreensões, tomadas com referência a cidade de Uberaba e outras cidades mais na região do Triângulo Mineiro”.

Vez do leitor. · Do escritor Daniel Antunes Junior: “Cesar, amigo, seus comentários sobre Hitler me causaram arrepios. Daj” (DC 21, 24, 26/05/22);

· Da advogada Alice Valderez Salomão, sobre o artigo Os normais (DC 9/6 ): “Seus textos são ótimos. Publique um livro com eles. Eu já lhe dizia que devia fazê-lo”.

· A respeito do mesmo artigo (Os normais), mensagem de Jamil Amim Galuppo Mattar:Que texto delicioso, meu amigo Vanucci”.

· Sobre o mesmo assunto, manifestação do jornalista Januário Molinero: Grande César. Meu sempre amigo e professor de como fazer o jornalismo honesto. Saudades. Vez e meia me lembro do tempo do Correio Católico, e dos amigos que tínhamos: Jorge, Olavo, Farah, Joel Loes, entre outros que me falham à memória”.

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