Opinião

Investir em energia renovável

Investir em energia renovável
Crédito: Arquivo DC

A ministra Marina Silva assumiu oficialmente sua pasta na quarta-feira, 4 de janeiro. De saída, ela explicou que o novo nome ampliado da instituição – que passa a se chamar Ministério do Meio Ambiente e da Mudança do Clima – não é mero recurso retórico, tendo em vista que a emergência climática se impõe e que é importante destacar a prioridade daquele que é, talvez, o maior desafio global vivido presentemente pela humanidade.

Ela ainda destacou que o órgão pretende “recuperar, fortalecer e criar arcabouços institucionais em prol de uma governança climática robusta e articulada, para que o tema seja tratado com a necessária transversalidade”. Para tanto, destaca, será necessária a participação e colaboração efetiva dos entes governamentais em todas as instâncias – federal, estaduais e municipais.

O discurso de posse da ministra está alinhado com os debates ocorridos em novembro de 2022, no Egito, onde ocorreu a 27ª edição da Conferência das Partes (COP, sigla que vem do nome em inglês Conference of the Parties), encontro da Convenção-Quadro das Nações Unidas (ONU) sobre Mudança do Clima, que reuniu lideranças políticas de todo o mundo – incluindo a própria Marina Silva.

Assim como vem ocorrendo desde a primeira edição, em 1995, a COP27 reforçou o debate sobre a importância da diminuição do uso de energia proveniente de fontes não renováveis, como o petróleo, o gás natural e o carvão mineral, responsáveis diretos por grande parte da emissão de gases de efeito estufa para a atmosfera, o que gera forte impacto no meio ambiente, provoca aumento da temperatura global e causa desastres climáticos em níveis nunca vistos.

Basta lembrar que, em 2022, a Europa registrou a sua maior seca dos últimos 500 anos e várias regiões dos Estados Unidos, no período natalino, enfrentaram um cenário meteorológico que trouxe frio extremo e grandes nevascas. Uma das metas discutidas durante a COP27, inclusive, foi a de limitar o aumento da temperatura global em 1,5°C até 2050, modificando a meta do Acordo de Paris, de 2015, que limitava o aumento em até 2°C.

Daí a necessidade, cada vez mais premente, de se investir em energia renovável, também chamada de energia limpa ou verde. As mais conhecidas formas que operam a partir de uma matriz energética que não libera substâncias poluentes no meio ambiente são: a eólica (vento), a solar (radiação do sol coletada a partir de placas fotovoltaicas), a geotérmica (proveniente do calor do interior da Terra) e a hidráulica (água).

Segundo dados da ONU para o meio ambiente, o investimento global em energia limpa ultrapassou US$ 2,6 trilhões na última década. E, dentre as matrizes renováveis, foram mais gigawatts de capacidade de energia solar instalados do que qualquer outra tecnologia de geração energética. Esse montante é bastante animador, já que a energia solar fotovoltaica reduz gastos e valoriza questões relacionadas à sustentabilidade.

O Brasil, embora ainda não faça parte dos países que mais investem em energias renováveis, tem apresentado números exponenciais de crescimento. Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar), o País está em 16º no ranking de capacidade instalada global. Já uma projeção da Bloomberg New Energy Finance (BNEF) afirma que, até 2050, o Brasil terá 32% da sua matriz energética da fonte solar fotovoltaica, sendo que 15% do total será da geração nos telhados das casas, comércios, setor de agronegócio e indústrias.

As mudanças climáticas já causam transtornos e tragédias ambientais há vários anos. Urge, então, que todos os países se unam em busca de encontrar soluções para que sejam minimizados os impactos no clima e neutralizar a energia baseada em emissão de carbono e combustíveis fósseis. E o Brasil, devido suas características geográficas e climáticas, tem tudo para ser um player de destaque na busca de uma governança mundial sustentável.

Energia limpa, energia renovável, energia verde: mais do que uma nomenclatura, o uso de matriz não poluente tem se tornado consenso mundial para que possamos dar uma resposta urgente para que seja interrompido a ameaça climática em curso. A vida no planeta Terra agradece.

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