Opinião

Liderança consciente… O que significa?

Liderança consciente… O que significa?

Robson Santarém*

Há anos que tenho me dedicado aos estudos sobre tudo o que possibilita expandir a consciência sobre mim mesmo e a compreensão da natureza humana e como contribuir para também despertar a consciência de quem busca o caminho da liderança.

“A pessoa só é livre quando pode dizer, com sentimento: eu não sou o que me aconteceu, eu sou o que eu escolhi ser.” “Eu não sou os papéis que eu represento; eu sou a minha jornada.” “Eu não sou minha experiência limitante; eu sou o poder criativo do meu potencial.” (James Hollis)

Isso é ter plena consciência de quem somos nós, de não nos limitarmos por crenças que podem nos desviar do nosso propósito. Significa que somos muito mais que os diversos papéis que representamos. Contudo, em cada um deles é preciso vivê-lo conscientemente. Para tanto, autoconhecimento é fundamental. Sobretudo, para quem quer ser líder, porque ninguém lidera outros se não liderar a si mesmo.

Dentre as muitas leituras que me nutrem e que dão robustez para trilhar esse caminho, destaco a obra de John Mackey, Steve Mcintosh e Carter Phipps: Liderança Consciente – Inspirando a Humanidade Através dos Negócios.

Hugo Bethlem afirma no prefácio que Líderes Conscientes colocam o propósito em primeiro lugar, lideram com amor e sempre agem com integridade. Nesse sentido são determinados a encorajar soluções que sejam benéficas para todas as partes interessadas, isto é, o bem comum em primeiro lugar.

Quando todos os colaboradores da organização sabem o porquê estão ali, qual a razão de ser dos seus trabalhos e encontram significado naquilo que realizam, encontram a raiz da motivação, e a organização, por sua vez, consegue identificar o nível de engajamento e entrega da equipe.

Outra característica essencial do líder consciente é saber que deve ser um servidor, que deve usar a sua autoridade para contribuir com o desenvolvimento de todas as pessoas que lidera.

Em meu novo livro: “E você, o que faria? Como filósofos ajudam a decidir”, dedico um dos capítulos à dimensão do cuidado como elemento intrínseco à natureza humana. Heidegger demonstrou que o modo de ser próprio do humano é ser para fora e não para o fechamento, para o ensimesmar-se. O que ele quer dizer é que esse modo de ser é um modo que exige compreensão e uma atitude de cuidado para com os outros. Sem esse modo de ser, isto é, sem o cuidado, não se é humano de verdade.

Ora, não tenho dúvidas que para ser líder é preciso ser humano de verdade! E isso se faz demonstrando pelas atitudes no relacionamento com cada pessoa, na forma de tratar com respeito e empatia, na escuta, no diálogo, na prática do feedback construtivo contribuindo para o desenvolvimento humano e profissional de cada membro da equipe, no reconhecimento público do esforço e conquistas de cada pessoa e da equipe, entre outros aspectos.

Para agir desse modo, cada ser humano que pretende se tornar um líder, precisa transparecer pela sua conduta quais são os seus valores, que podemos denominar como a integridade do seu caráter e, o que também implica em admitir os seus erros, sua vulnerabilidade.

A frase do Eduardo Galeano é inspiradora para prosseguirmos nessa jornada:

“Somos o que fazemos, mas somos principalmente o que fazemos para mudar o que somos.”

O que você está fazendo nesse sentido?

Como coach de lideranças, consultor e educador é meu propósito contribuir com a expansão da consciência para que cada pessoa seja a melhor pessoa e profissional que puder. Estamos todos aqui para evoluir.

Coloco-me à disposição para servir.

*Coach de Lideranças, Consultor, Palestrante, Professor, Escritor, Membro do Comitê da Comunidade de Coaches dos Países de Língua Portuguesa

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