Liderança feminina é autoridade generosa e criativa

O mundo corporativo já reconheceu os resultados positivos de negócios em empresas que possuem a presença feminina em posições de liderança. Porém, essa realidade ainda avança lentamente. Uma pesquisa realizada no ano passado pela Deloitte com 8 mil empresas de 66 países indica que as mulheres ocupam somente 16,9% dos cargos de liderança em todo o mundo. Um progresso de 1,9% em relação ao último levantamento, em 2017. O levantamento revela ainda que o Brasil ocupa a 38ª posição no ranking dos países examinados, com 8,6% dos postos de liderança exercidos por mulheres.
O que dizem esses números sobre a governança corporativa? Do ponto de vista positivo houve um reconhecimento e um crescimento da liderança feminina no mercado business. Porém, a morosidade das mudanças para alcançar a equidade de gêneros ainda atrapalha os avanços que precisamos. Por quê?
Segundo dados do Global Gender Gap Report 2021 do Fórum Econômico Mundial (FEM), questões sociais são os maiores obstáculos enfrentados pelas mulheres para chegar não só a cargos de liderança, mas, muitas vezes, ao próprio mercado de trabalho. Todos nós sabemos exatamente o que isso significa. Cito para evidenciar o óbvio que, por vezes, fica camuflado:
– Sobrecarga com atividades domésticas: mesmo que haja ajuda na execução das tarefas a coordenação ainda é “da mulher”;
– Cuidado com a família: a responsabilidade da organização de passeios às consultas médicas passando por mediação de conflitos é “da mulher”;
– Gerenciamento financeiro: desde o aporte de recursos até o planejamento tem tarefa “da mulher”. Isso sem falar no contexto da pandemia de Covid-19. A situação escancarou essa situação desafiadora. Segundo estudos apresentados também no relatório do FEM, tem sido observado um declínio do número de mulheres no mercado de trabalho e, também, na contratação para cargos de liderança.
Além disso, dos trabalhos considerados “do futuro”, ou seja, considerados os mais relevantes para uma realidade de digitalização e automação, apenas os relacionados a “pessoas e cultura” e “produção de conteúdo” alcançaram a paridade de gênero. Áreas que exigem habilidades técnicas mais disruptivas, como Engenharia, Dados e Inteligência Artificial, a desigualdade de gênero chega aos maiores níveis.
Como executiva e reitora tenho o prazer de conviver com gerações de mulheres incríveis. Testemunho o desabrochar do feminino de várias líderes natas na faculdade SKEMA. Convivo com professoras, coordenadoras e mestres que têm excelência técnica e ainda uma plasticidade emocional interessantíssima para os negócios. Compartilho trabalho com mulheres criativas de, pelo menos sete países, onde a SKEMA tem Campi. São culturas muitos diferentes. Porém todas se encontram em um rasgo comum ao talento natural de liderar. A liderança feminina é autoridade generosa, criativa, tecnicamente qualificada, onde habita uma sagacidade pela transformação impressionante. É isso que nossa sociedade mais precisa atualmente. Especialmente o mercado, que perderá muito em qualidade e competitividade se fechar os olhos e as portas para as mulheres.
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