Opinião

Nunca, jamais, em tempo algum…

Nunca, jamais, em tempo algum…
Crédito: Eduardo Knapp/Folhapress

“É loucura, mas há um método” (Shakespeare)

“Isso é intriga da oposição, outra fake”.  Esta foi, num primeiro momento, nossa reação diante da notícia do incidente ocorrido em Aparecida. Mas, pouco depois, confrontando imagens estampadas na TV, demo-nos conta do equívoco cometido na avaliação do fato. O que se passou, em recinto sagrado, na celebração consagrada a Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, provocado por desordeiros travestidos de militantes políticos, foi uma algazarra que aviltou a consciência cristã e o sentimento cívico da Nação. Jamais, em tempo algum, assistiu-se no País a uma cena tão desrespeitosa a valores tão caros à devoção marial de que se acha saudavelmente impregnada a alma popular. Ao redor do candidato de sua preferência, num arremedo de comício, impróprio para o lugar e ocasião, emitindo aos berros, frases ensaiadas de campanha política, os apoiadores de Jair Bolsonaro tiveram o desplante de vaiar, na porta da Basílica, o arcebispo Dom Orlando Brandes no instante solene em que era proferida a homilia evocativa da consagração à Padroeira. Os apupos ecoaram estridentemente à hora em que o prelado pedia a proteção divina para os pobres, para as crianças, para os que têm fome. Não satisfeitos com tanto abusos, os desordeiros partiram para intimidações a integrantes da equipe da TV Aparecida. Tudo isso se processou durante romaria à Basílica que reuniu incalculável multidão de devotos. No púlpito, debaixo de aplausos estrepitosos, um sacerdote explicou que a data era dedicada a pedidos de bênçãos, não de votos. O desvairado procedimento causou impacto negativo junto à opinião pública, motivando manifestações de indignação em todo segmento da sociedade.

 Outro episódio que vem causando penosa  impressão no espírito popular diz respeito a uma denuncia feita, em Goiânia, pela senadora eleita Damares Alves, ex-ministra de Estado. Ela declarou que na Ilha de Marajó crianças, inclusive recém-nascidas foram vítimas de horripilantes crimes de pedofilia. O governo do Pará, os Ministérios Públicos Federal e Estadual, a Secretaria de Segurança daquele estado, órgãos de direitos humanos, estão reclamando provas da escabrosa denúncia. Damares havia alegado possuir provas, entretanto, agora alega apenas ter ouvido dizer que isso teria sucedido. Jornalistas brasileiros estão informando que uma história parecida, reconhecida posteriormente como fake, foi intensamente propagada nos Estados Unidos contra Joe Biden, na campanha de Donald Tramp. Parece maluquice, mas há um método.

*Vez do leitor – Jair Barbosa da Costa, escritor e poeta, Coronel da Policia Militar MG, enviou-nos mensagem, a propósito do comentário sobre seu livro “Sonetos de um cavalariano andante”. “Sua palavra, caro Vanucci, para saudar meus Sonetos de um cavalariano andante, não consegue ser só verbo, porque o sentimento de identidade com meu mentefactum literário invade o razoável e faz gerar perda da inteireza lógica. De qualquer modo, quando se trata de poesia, a sensibilidade conduz a arroubos simbólicos inevitáveis. Daí sua explosão laudatória aos sonetos do pobre, emocionado cavalariano. Ficou fácil, embora não precisasse, para Maria Inês Chaves de Andrade, incursionista litero-científica, comigo, em grutas imagéticas, a sobraçar densa tese de doutorado. Fácil para Inês, sim, partilhar com você esse generoso juízo crítico sobre minha alma lírica a cavalgar longo e variegado percurso, deixar pegadas de meu ginete Horizonte pela Capital e Uberlândia, e agora seu fac-símile em letra de forma a exprimir saudade infinda do companheiro de luta e das muitas musas que rebrilham redivivas nos sonetos. Meu coração pulsa alegria e gratidão por essa dádiva de meus fraternos em Cristo e nas Letras, César Vanucci e Maria Inês.

Saudações franciscanas!”

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