Opinião

O agronegócio é uma âncora verde

O agronegócio é uma âncora verde
Crédito: Husky Farm Equipment Ltd./via REUTERS

Benjamin Salles Duarte*

Numa economia sustentável é fundamental que haja, sinergicamente, não apenas o histórico e superavitário desempenho do agronegócio mineiro e brasileiro abastecendo e exportando, desde a década de 1970, como também exigindo ganhos de produção, produtividade e qualidade na indústria, agroindústria, comércio e serviços, que passam também pela pesquisa, logísticas operacionais e dependendo do aumento real da renda per capita.

Em todas as etapas do processo de tomada decisão nas atividades rurais e urbanas emergem também políticas públicas, gestão compartilhada da Ciência & Tecnologia, e seus efeitos econômicos, sociais e ligados aos recursos naturais, sendo essa trilogia de reconhecida abrangência política e implicando nas demandas e ofertas de 195 países nos continentes, e ainda pressionados por oito bilhões de habitantes (ONU); as complexas questões e desafios globais têm o tamanho do planeta Terra!

Num considerável elenco de necessidades humanas básicas não se devem subestimar as ofertas de alimentos de origem animal e vegetal para os humanos, como também à nutrição dos rebanhos de pequenos e grandes animais. Nas paisagens de campo, Brasil e Minas Gerais, pesquisadores, extensionistas, produtores rurais, empresários e governos desenvolvem apoios, logísticas e esforços renovados nas artes de plantar e criar, abastecer e exportar.

Na safra nacional de grãos 22/23 estão sendo cultivados 76,7 milhões de hectares de terras agrícolas e previsão de 310,5 milhões de toneladas contra 272,2 milhões em 21/22. Em Minas Gerais, os plantios somam 4,0 milhões de hectares em 22/23 e projeção de 18,5 milhões de toneladas contra 16,8 milhões na safra agrícola 21/22 (Conab-4º Levantamento)

O fator chuva bem distribuído é estratégico ao longo do desenvolvimento de todas as culturas, bem como os tratos culturais corretos na dimensão do território brasileiro; as secas podem alterar as estimativas até o 12º Levantamento 22/23.

Entre 2017 e 2022, as exportações do agronegócio brasileiro foram de US$ 674,1 bilhões, e superávit de US$ 586,3 bilhões, e as exportações do agronegócio mineiro atingiram US$ 58,3 bilhões (Seapa/Mapa). Numa abordagem sem muitos detalhamentos, podem-se depreender os bilhões e bilhões de reais que circulam anualmente nas regiões produtoras em centenas de municípios brasileiros e mineiros interiorizando a economia, criando empregos, bem-estar social, segurança alimentar, estimulando o comércio regional. Por outro lado, destaque-se o setor supermercadista mineiro no abastecimento de alimentos por vias internas, com 10,6 mil lojas; 358,7 mil empregos diretos; e faturamento real de R$ 63,3 bilhões em 2021 (Amis).

E mais, demandando insumos diversos, ofertando alimentos, fibras, biocombustíveis, energia limpa renovável, produtos florestais, crédito carbono; a correta visão urbana sobre o agronegócio é parte indissociável da sustentabilidade como conceito e prática!

Faz-se justo destacar que entre 2000 e 2022 foram registrados 645 biodefensivos, cujos ingredientes ativos são de origem natural, para o controle de pragas e doenças das culturas, e baixo impacto no meio ambiente (Mapa).

Em nível mundial, os gastos com biodefensivos evoluíram de US$ 2,4 bilhões em 2015 para US$ 7,0 bilhões em 2022 (+191,6%); em 2021, no Brasil, as vendas de biodefensivos movimentaram US$ 332 milhões, com tendências de crescimento até 2030 e consequentes aos avanços das ofertas de alimentos e cumprimento das leis ambientais vigentes.

Em 2022, destacam-se os cinco primeiros estados com os maiores VBPs (Valor Bruto das Lavouras e Pecuária), a preços pagos aos produtores: Mato Grosso, R$ 210,8 bilhões; São Paulo, R$ 142,6 bilhões; Paraná, R$ 142,1 bilhões; Minas Gerais, R$ 132,3 bilhões; e Goiás, R$ 107,1 bilhões = R$ 734,9 bilhões.

Além disso, em 2015, numa pesquisa aplicada em Minas Gerais, estimou-se haver 2,5 milhões de pessoas ocupadas ao longo das cadeias produtivas do agronegócio mineiro (Cepea-Esalq/USP). No ano de 1900, Minas Gerais tinha 3,59 milhões de habitantes, e a prévia de 2022 indica 20,7 milhões (+ 476,6%)(IBGE).

*Engenheiro agrônomo

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