Opinião

O café brasileiro continua firme e forte – I

O café brasileiro continua firme e forte – I
Crédito: Divulgação

“O café tem seu berço na África, mais precisamente em Kaffa, região Meridional da Abissínia, cujo território corresponde hoje à Etiópia. No século XVI, o comércio realizado através da rota das especiarias permitiu que o café fosse introduzido na Europa Ocidental.

No entanto, em um primeiro momento esse produto sofreu forte resistência ao seu consumo por ser essa bebida identificada como um hábito mulçumano. Essa dificuldade foi ultrapassada no início do século XVII, com a intervenção do Papa Clemente VIII, que resolveu provar a bebida. Tendo gostado do sabor determinou por libertá-la do estigma que lhe perseguia e ajudou a sua popularização.

A partir daí, o café incorpora-se definitivamente aos hábitos europeus e, em pouco tempo, o número de cafeterias aumentou consideravelmente em toda a Europa. Esse é um período em que se assiste ao aparecimento de diversas casas de café que ficaram mundialmente conhecidos, como, por exemplo: o Lloyd Coffee House (1668), em Londres, estabelecimento popular para marinheiros, comerciantes e armadores.

E mais, o Le Café de La Régense (1681), onde se reuniam intelectuais franceses em saraus literários; o Café Le Procope (1686), também em Paris, que entrou para a história como o primeiro café literário e primeira sorveteria na França e, também, por ter sido o reduto dos mais importantes personagens da intelectualidade, política e das Artes Francesas, e ainda o Café Nicola (1787), em Lisboa, muito frequentado por intelectuais e políticos.”

“As primeiras casas públicas de café apareceram na Itália em 1645, tornando célebres os cafés venezianos, genoveses e romanos. Na França, em 1657, a corte de Luís XIV já consumia a bebida,  que foi fato determinante para as demais cortes europeias. Coube aos holandeses, no final do século XVII, a difusão da planta do café na Malásia, em Java, na Sumatra, nas Ilhas Célebes e no Timor, bem como sua transferência para a América.

No início de século XVII, os navios da Companhia das Índias Orientais já faziam o transporte de grande quantidade de café entre os países muçulmanos do Oriente e, em 1637, já era hábito seu consumo na Alemanha e nos Países Baixos. Os holandeses, grandes comerciantes, tiveram papel importante na propagação e consumo do café por toda Europa Setentrional e Central.

Ao que tudo indica, foi através do Suriname (Guiana Holandesa) que o café foi introduzido na América do Sul ainda no início do século XVIII, e chegando em seguida na Guiana Francesa.”

Nesse período histórico, o café já havia se tornado uma importante mercadoria nos mercados internacionais dos países do Ocidente, estimulando, assim, sua cultura nas colônias europeias, fossem elas da América ou da Ásia.” Em 1727, o sargento-mor Francisco de Melo Palheta, por determinação do Capitão-General João da Maia da Gama, governador do Estado do Maranhão e Grão Pará, esteve em Caiena, na Guiana Francesa, e trazendo algumas sementes para o Brasil. Em 1732 é registrada a exportação da produção cafeeira que se fez, do Pará para Lisboa, em quantidade de sete libras. Já no ano de 1734, Lisboa receberia três mil arrobas de café paraense, consignadas à Companhia Geral do Maranhão e Grão Pará.”

O café chega ao Rio de Janeiro por volta de 1760, pelas mãos do Desembargador João Alberto Castelo Branco e cujas primeiras sementes dariam o início da cafeicultura no Centro-Sul do Brasil. A cafeicultura tem 295 anos!

“O café espalhou-se para bairros do Rio de Janeiro, considerados rurais e fora do centro, à época, como Laranjeiras, Botafogo, Gávea, Tijuca, Rio Comprido, Santa Tereza, Boca do Mato, Andaraí, Jacarepaguá e Guaratiba, estimando-se que em 1806 já havia um milhão de pés de café plantados e exportáveis.

A região polarizada por Vassouras (RJ), no Vale do Paraíba do Sul, entre 1825 e 1870, reunia os maiores produtores e exportadores de café, com 500 milhões de pés de café em plena produção e responsável por 65% das exportações brasileiras; Vassouras ficou conhecida como “Princezinha do café” e “Cidade dos Barões.” No artigo (II), outras abordagens sobre a cafeicultura brasileira!

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