O desenvolvimento de Uberaba

Foi com imensa satisfação que li recentemente no DIÁRIO DO COMÉRCIO alvissareira notícia a respeito do desenvolvimento atual de Uberaba. E não foi por menos. Quando pertenci aos quadros da infelizmente extinta Companhia de Distritos Industriais de Minas Gerais (CDI-MG), fui várias vezes a esse município para ajudar na localização de uma nova empresa e para também cooperar nas expansões de empresas ali existentes.
No tempo em que Wagner Nascimento foi prefeito, fui com ele até a cidade de Franca (SP), para reunirmos com empresários do setor calçadista com a finalidade de tentar levar para Uberaba alguma nova empresa ou filial daquele ramo empresarial. Franca sempre teve várias empresas produtoras de famosos calçados e, se nosso objetivo fosse atingido, seria muito bom para somarmos naquele município mais uma nova empresa ou filial.
O ex-presidente da CDI-MG Silviano Cançado Azevedo, já falecido, que foi um defensor incorrigível do desenvolvimento uberabense, sempre estimulou o desenvolvimento daquela cidade. O ex-prefeito Wagner também era funcionário da CDI e seu representante municipal antes de ser candidato a prefeito e assumir a prefeitura. Foi ele também um entusiasta do desenvolvimento. Esta extinta empresa mineira tinha no município 3 distritos industriais e o DI III, que era denominado Polo Químico do Triângulo Mineiro, era o maior e com maiores áreas ainda disponíveis. A atração hoje de grandes aportes industriais de mais de R$ 4 bilhões em 8 anos não é surpresa para mim, que acompanhei por vários anos o sucesso industrial uberabense. Com um moderno aeroporto interligando o município a várias outras cidades brasileiras, com o novo terminal ferroviário e belas rodovias que a ligam a importantes cidades brasileiras como Belo Horizonte e São Paulo, o crescimento e o desenvolvimento atual e futuro serão apenas consequências.
O novo terminal ferroviário ligará o maior DI químico da América Latina em fertilizantes a várias cidades brasileiras e até do exterior. Se em 8 anos o município conseguiu atrair esse grande número de empresas, com o novo terminal ferroviário poderá atrair muito mais. A nova prefeita Elisa Araújo, que assumiu a prefeitura no último dia 1º de janeiro, já encontrará uma cidade próspera e apta para novos desafios do desenvolvimento. O certo é que a cidade de Uberaba sempre andou de mãos dadas com a iniciativa privada e com seus representantes políticos nas assembleias mineira e federal. O terminal ferroviário vai ser, sem dúvida, uma das atrações para os investidores permitindo que o fertilizante importado chegue às fábricas e, do outro lado, também possa enviar os produtos uberabenses para outros municípios brasileiros e para o exterior. Outra coisa importante para o desenvolvimento local foi a instalação do grupo Petrópolis, que aportou mais de 1 bilhão na cidade, talvez um dos maiores investimentos em 40 anos desde a instalação da Fosfértil.
A transferência dos DIs para a Prefeitura foi, talvez, uma das exceções de decisões políticas acertadas. As outras transferências de DIs para as prefeituras do interior nunca serão viáveis, porque os municípios, sem dinheiro até para pagar suas despesas de custeio como os salários dos funcionários, pouco ou nada poderão fazer. Tanto Uberaba como Uberlândia são exceções do desenvolvimento mineiro porque poderão, por si só, crescer e se desenvolver sem ter que contar com o dinheiro público do Estado ou Federal.
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