Opinião

O dia seguinte

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Crédito: REUTERS/Diego Vara

“Não houve nenhuma contestação quanto aos resultados das eleições de 2 de outubro” (Presidente do TSE, Ministro Alexandre de Moraes, a respeito do pleito)

Antes de tudo mais, olhos voltados para os acontecimentos do histórico 2 de outubro, falemos da extraordinária festa cívica vivenciada pela Nação. Os brasileiros deram uma demonstração agigantada de maturidade democrática, num pleito que registrou de norte a sul, de leste a oeste, perfeita sintonia dos lares e das ruas com os ditames da convivência ordeira e pacífica. Seja, igualmente, mais uma vez louvada a irrepreensível conduta da Justiça Eleitoral, responsável pela estrutura de votação e apuração que tanto assombro e admiração produziram aqui e alhures.

Reportemo-nos, na sequência, aos resultados. Foram, de certo modo, surpreendentes, numa disputa que se revelou a mais renhida após a redemocratização.  No tocante à contenda presidencial, a margem de votos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na vitória parcial conquistada, foi menor do que as pesquisas assinalavam. O presidente Jair Messias Bolsonaro mostrou, na chegada, condição excepcional para adiar a definição para um segundo momento. Paralelamente a isso ampliou sua força política com o triunfo significativo de numerosos integrantes de seu grupo em cargos executivos e legislativos. Tem-se por certo que a campanha do segundo turno será bastante acirrada, ficando nada fácil para o observador prognosticar acerto sobre quem sairá vencedor, já que o páreo pode vir a ser decidido, como se diz, “no olho eletrônico”.

Os próximos dias, reservados pelos presidenciáveis ao esforço de atrair alianças, oferecerão muitas emoções. Lula vai empenhar-se em ampliar o leque de apoios a que seus partidários convencionaram de denominar “frente ampla”. Suas articulações, como tudo faz crer, se estenderão aos domínios eleitorais em que Simone Tebet e Ciro Gomes se destacaram. Nos redutos petistas vem sendo propagado que os contatos, nos dois casos, serão diretos com Simone e com a cúpula do PDT. Do outro lado, espera-se que Bolsonaro procure restabelecer o pacto que vigorou no pleito de 2018 com o governador reeleito de Minas Gerais. Romeu Zema, como foi amplamente noticiado, manteve-se, no primeiro turno, em posição de neutralidade com relação à competição presidencial.

Simone Tebet saiu-se na porfia como estrela em ascensão na constelação política brasileira. Ciro Gomes, provido sem dúvida alguma de boas qualificações intelectuais e técnicas, perdeu-se no labirinto das contradições e estratégias equivocadas que adotou na corrida presidencial.

A propósito do evento eleitoral, o presidente do TSE, Ministro Alexandre de Moraes, explicou, em coletiva à imprensa, não ter havido contestação alguma aos resultados das urnas. Disse, também, acreditar que o acirramento entre as candidaturas no 2º turno será político e que os ataques à Justiça Eleitoral não devem intensificar-se.

Tudo isso posto, a sensação de que se acha a nação agora  apoderada é de que os próximos capítulos dessa maratona presidencial serão simplesmente eletrizantes. Dos contendores espera-se que se comportem à altura desse momento épico de evolução democrática inconteste evidenciado pela nossa gente. Que cada um deles saiba executar a contento a missão relevante de que se fazem protagonistas centrais. Exponham suas ideias, tragam à mesa dos debates, sabatinas e entrevistas propostas que contemplem o desenvolvimento econômico, o combate às desigualdades sociais, a eliminação de bolsões de pobreza aguda, enfim a invasão do futuro pelo nosso País, tão rico em potencialidades e virtualidades.

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