Opinião

O ECA, fonte inspiradora do Ceduc

O ECA, fonte inspiradora do Ceduc
Crédito: Charles Silva Duarte/Arquivo DC

O ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, um marco na defesa e na proteção da infância e da juventude adolescente, data de 1990, estabelecendo  que a família, o estado e a sociedade são responsáveis pelo desenvolvimento físico, psicológico, moral e social das crianças e da adolescência. Combatendo a negligência, a discriminação, a violência, a crueldade e a tortura desses importantes segmentos, infelizmente tão presentes no dia a dia da nossa sociedade, muito contribui para a construção de adultos saudáveis, equilibrados e conscientes de seus direitos e deveres. Pois para isso é preciso que elas sejam amadas e respeitadas, protegidas pela família, pelo estado e pela sociedade, e também criadas e socializadas dentro de uma visão de amor, de respeito ao outro, de responsabilidade pelo bem-estar de todos.  Pois não podemos nos esquecer de que nas crianças e adolescentes está o futuro do mundo. 

O Ceduc – Centro de Educação para o Trabalho Virgílio  Resi vem desenvolvendo um trabalho excepcional, preparando os jovens da periferia de Belo Horizonte para o mercado de trabalho. Seu programa cobre não só a formação necessária para que possam ocupar um lugar nesse mercado, mas também uma visão política, social e cultural que lhes deem estrutura necessária para não ser meros robôs nesse complicado mercado.

Uma amostra formidável desse trabalho foi a exposição que teve lugar no Espaço VÃO, localizado na sede do DIÁRIO DO COMÉRCIO, com o apoio do jornal “Vozes que Ecoam por Cidadania”, resultado de um trabalho audiovisual com 50 jovens e adolescentes, fruto da reflexão sobre o ECA, na garantia de uma infância e adolescência saudáveis e protegidas. Com a curadoria da jornalista Ranier Alves e supervisão artística da fotógrafa Michelle Muls, o evento é resultado do trabalho desenvolvido pelo Projeto Direitos em Foco, uma parceria  do Ceduc VRJ com o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Belo Horizonte.

Esses jovens simplesmente aprenderam a fotografar, e com muita arte. E entenderam o papel da arte na compreensão de si mesmos, de seus quereres e de suas dificuldades, do mundo vivenciado por eles e das possibilidades de transformação desse mundo! 

As fotografias tiradas por eles, deles mesmos, são perfeitas! Os trabalhos apresentados, fotografias, desenhos, montagens, magníficos! Além da emoção que produziram em todos os presentes (e o espaço estava cheio!), foi também um soco no estômago! A realidade desses nossos jovens e adolescentes não é nada fácil! Pelo contrário: violenta e desoladora! Mas tomando como ponto de partida o ECA, e através da arte, eles deram um passo à frente para as respectivas libertações. Em conversas que tivemos com vários deles, nos deram essa certeza: hoje, eles são outras pessoas: conscientes, capazes e decididos.

O testemunho de um desses adolescentes, Ana Luiza Moreira de Andrade, corroborado nas falas de vários outros com quem tivemos a oportunidade de conversar, nos dá essa certeza:

Eu sorri, eu chorei, eu aprendi sobre o ECA, sobre fotografia e sobre mim mesma. Aprendi sobre a importância do papel da juventude para a construção de uma sociedade mais justa, solidária, plural e inclusiva”.

E nos levaram a também querer participar dessa libertação, responsáveis que somos, todos, pela saúde mental e emocional do corpo, da mente, do coração e da alma esses jovens que são o futuro de nossa sociedade.

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