O futuro dos investimentos

Se alguém me perguntasse há alguns anos como estaria o mercado financeiro nos dias de hoje, minhas suposições provavelmente passariam longe do cenário atual. Ainda que muitas previsões já estivessem no caminho certo e alguns valores começassem a ganhar importância, como a busca por um mundo mais sustentável e ao mesmo tempo tecnológico, não era possível predizer muitas das mudanças que ocorreram nos últimos tempos e que levaram ao que vivemos agora.
E não estou falando apenas das alterações no cenário econômico causadas pela pandemia de Covid-19, embora não dê para negar que ela foi uma das responsáveis pela crise econômica que incentivou um público cada vez maior – e mais jovem – a migrar para o universo dos investimentos. Mas, na verdade, um dos principais elementos que alterou de forma significativa o mundo das finanças foi a evolução tecnológica, que segue progredindo em ritmo constante e cada vez mais veloz, quase difícil de acompanhar para quem não está inserido nesse mercado.
Algumas das soluções e ferramentas que temos atualmente já eram imaginadas por economistas e outros profissionais da área, mas as modificações que elas trariam tanto para os consumidores quanto para a economia no geral eram mais difíceis de prever. Como é o caso das criptomoedas, das plataformas que permitem investir em ações e outros tipos de aplicações por meio de smartphones e dos mais modernos e ágeis meios de pagamento como o PIX, que são algumas das novidades trazidas pelo avanço da tecnologia. E, tudo indica que nos próximos meses e anos teremos ainda mais serviços inovadores que não apenas tragam novas oportunidades econômicas, como também aposentem algumas práticas. Um estudo feito pela Deloitte com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) aponta que entre os anos de 2018 e 2019 o valor investido pelas instituições financeiras em inovação foi de R$ 8,6 bilhões, sendo responsável por 14% dos gastos com tecnologia no País.
Junto de todos esses progressos, tivemos também uma maior democratização das informações que envolvem o mercado financeiro. Isso aconteceu porque um número maior de pessoas começou a ser atingido pelas novas disponibilidades de soluções e passaram a se interessar pelo tema. De acordo com dados da B3, em abril a bolsa de valores alcançou mais de 3,6 milhões de investidores, registrando um crescimento de cerca de 532% desde 2011.
Conforme nossa sociedade foi evoluindo, os valores que guiavam a população e seus líderes também se transformaram. Há apenas alguns anos, investir em companhias e iniciativas sustentáveis estava no final da lista de prioridades, enquanto hoje em dia já é impossível imaginar um futuro no qual esse princípio não esteja em primeiro lugar.
Isso porque com a chegada dos investimentos que consideram as práticas de responsabilidade ambiental, social e de governança (ESG), uma nova geração de investidores está sendo criada, e a tendência é que esse conceito ganhe cada vez mais importância e passe a de fato guiar o destino do mercado financeiro.
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