O grande desafio da FDC

É extraordinária a proposta que a Fundação Dom Cabral se colocou: uma escola de negócios também para empreendedores populares, jovens em vulnerabilidade e lideranças sociais das classes desfavorecidas. Sai, portanto, do seu círculo tradicional, constituído pelas grandes empresas, públicas e privadas, grandes gestores e grandes executivos, público de uma das maiores escolas de negócios do mundo. Não deixa de ser um grande desafio, mas é também uma proposta magnífica, pioneira e ousada.
Inspirada, certamente, pelos ideais e pela atuação de Dom Serafim Fernandes de Araújo, que, além de se dedicar com empenho a inúmeras ações por uma sociedade mais justa e por uma universidade que realmente cumprisse o seu papel no avanço do conhecimento e na transformação do mundo, era inspirado também pela proposta de uma Igreja “misericordiosa, missionária e participativa” (na 1ª Assembleia do Povo de Deus, em 1996, Dom Serafim Fernandes de Araújo, Na Palma da mão de Deus, ed. Letra A Comunicação, 2009). É importante frisar que esses ideais foram sempre defendidos e vividos com vigor por Emerson de Almeida, cofundador e presidente da Diretoria Estatutária da FDC.
Com esse intuito de colocar a FDC a serviço da formação de um público até então esquecido, a nova proposta busca atingir, fundamentalmente, o enorme contingente da classe trabalhadora e pessoas sem trabalho fixo, pretendendo atingir 1 milhão de pessoas das classes desfavorecidas até 1925. Mas não esquece o público constituído pelas médias e pequenas empresas – as quais, segundo estudo recente da própria FDC, têm pouca visibilidade mas constituem 98% das empresas brasileiras, operando sobretudo na indústria e nos serviços e abrindo espaço para maior democratização da economia, geração de empregos, tecnologia e inovação.
Com esse objetivo, foi criado o FDC – Centro Social Cardeal Dom Serafim.
Para cumprir o seu propósito, a FDC se ancora em três movimentos considerados estruturantes da sua ação: o primeiro, é a Educação Integrada, ou seja, educação executiva, educação acadêmica e educação social; o segundo, também fundamental, é o compromisso ético da inclusão social; e o terceiro, a geração constante de conhecimentos e implementação de ações que possam atender os desafios da sociedade contemporânea e buscar corrigir os problemas apresentados por essa sociedade. Não se esquecendo de atender as tendências para a internacionalização, a transformação digital e a diversidade, procurando transformar pessoas e organizações em prol de uma sociedade mais igualitária, justa e sustentável. Nessa proposta, como se percebe, a educação é essencial e é o alvo de todas as ações propostas. Nesse sentido, a FDC amplia seus horizontes e cumpre o seu papel com pioneirismo e coragem.
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