O novo e o DC de sempre
“Um bom jornal, penso eu, é uma nação falando com seus botões”. (Arthur Miller – 1915)
Folheando o novo DC, sinto a impressão de estar tocando um tecido diáfano de leveza e suavidade acariciantes. Ao mesmo tempo, de estar também tocando, uma peça inteiriça de seda pura, consistência nobre e profusão de cores vibrantes. Sinalizando arrojo e exuberância jovem, o jornal está a incorporar imprescindíveis avanços tecnológicos, e, com firme disposição, revigora seus valores batismais que asseguram, maduras e serenas reflexões no campo das ideias, divulgação criteriosa dos fatos do cotidiano e contribuição valiosa no esforço comunitário de construção humana. Da contemplação do que foi e do que é, e da antevisão do que será emerge alvissareira certeza de que o novo DC permanece sendo, para gáudio geral, o DC de sempre.
Quase noventão, o “Diário do Comércio” é admirado, no sentimento da sociedade mineira, como uma de suas instituições culturais mais acatadas. É visto em todos os setores comprometidos com as causas do desenvolvimento econômico e social das Gerais como qualificado porta-voz de justos anseios e clamores. É enaltecido pela sua irrepreensível linha de conduta ética naquilo que divulga e comenta.
Na extensa sequência de mensagens de felicitações dos leitores a propósito das inovações trazidas pelo novo DC, a opinião pública refere-se, com abrangente simpatia à fidelidade a princípios, vigor, senso de oportunidade, discernimento evidenciados, pela publicação em sua vitoriosa trajetória, desde os começos do “Informador comercial” impresso em mimeógrafo. O bom jornal é um espelho do mundo em que atua. É compreensível admitir que o DC tenha a cara de Minas. Isso fica muito bem documentado em sua participação decidida e decisiva em memoráveis jornadas empreendidas pelas lideranças do Estado em favor de importantes conquistas e avanços sociais e econômicos que integram o patrimônio comum da riqueza dos mineiros.
Falar da história do DC, de seu percurso pontilhado de atitudes vanguardeiras, de seu entrelaçamento com causas desenvolvimentistas empolgantes faz assomar à memória, em toda sua grandeza humana, a figura inesquecível de um desbravador de caminhos, um contemporâneo do futuro, um cidadão de bem, um jornalista criativo chamado José Costa. O fundador do DC foi também um dinâmico dirigente classista. Provavelmente um dirigente classista mais assíduo às plenárias de todas as entidades empresariais às quais emprestou sua inteligência e labor. Dava sugestões. Emitia opinião em magnas questões e depois transformava as ideias e palavras em ações estampadas nos artigos e noticiário.
Com os olhos da imaginação acredito que lá na outra latitude existencial em que se encontra esteja com seu sorriso expansivo a festejar jubiloso mais esse feito do jornal que criou, feliz por perceber que sua descendência ilustre está sabendo dar continuidade com vibração e talento à obra a ela legada.
Este desajeitado escriba, “firme nos arreios” há décadas, na propagação, dia sim dia não, de suas ideias e quimeras, nascido no mesmo ano em que o DC surgiu, vale-se hoje deste acolhedor espaço para cumprimentar a valorosa equipe responsável pela feitura do novo DC e do DC de sempre. Não falte jamais aos seus integrantes, no trabalho jornalístico, ou mesmo fora dele, o interesse e respeito pelo saber tradicional consolidado, nem tampouco pelo engenho criativo capaz de tornar melhor o mundo que habitamos.
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