O processo de tomada de decisão na vida financeira

Tomar decisões talvez seja o que mais fazemos na vida. Desde o momento em que acordamos até a hora de dormir. Escovar os dentes, tomar café, seguir para o trabalho, levar os filhos na escola. O tempo todo estamos decidindo o que iremos fazer.
Para simplificar e tornar o processo menos desgastante e mais eficiente, vamos automatizando diversas dessas decisões para que não precisemos pensar demais a respeito delas, mas em algumas áreas, é muito arriscado “automatizarmos” esse processo.
Na área financeira existe um grande risco para as pessoas que optam por automatizar suas decisões financeiras, seja na hora de poupar, investir ou mesmo resgatar e utilizar seus recursos.
Para tomar decisões de qualidade é preciso embasar-se em informações relevantes, confiáveis e que, de fato, permitam que ao compilar todos esses dados, sua mente seja capaz de eleger um caminho benéfico para sua vida.
Nos últimos dias, meses ou anos, quantas vezes você tomou decisões sobre onde aportar o seu dinheiro com base em comentários, achismos e informações que sequer sabia se eram realmente confiáveis?
Seja através de uma notícia de rádio, de um programa de TV ou mesmo de uma mensagem de whatsapp de autoria desconhecida e que tem boas chances de ser fake news, falando que determinado mercado irá cair, ou que a empresa XYZ está envolvida em um escândalo e que suas ações perderão valor em pouco tempo. Quantos, rapidamente, não correm para seus telefones e computadores para buscar vender seus investimentos?
Em tempos de muita informação é preciso mais que nunca filtrar aquilo que chega até nós, procurando compreender se a fonte é confiável, se a informação é relevante e como isso impacta sua vida financeira.
Muitas vezes, a informação correta pode simplificar a sua vida e trazer ganhos. Veja um exemplo desse mês de fevereiro, todos sabemos que o Copom (Comitê de Política Monetária) estava, desde o último encontro, há seis semanas, 99,99% tendencioso a promover nova elevação da taxa de juros, mas quantos de nós realmente olhamos para a nossa carteira de investimentos e pensamos como isso poderia impactar os nossos recursos?
Infelizmente, acabamos tomando decisões pelas motivações erradas. Decidimos vender as ações de uma empresa no momento em que os papéis começam a cair, contrariando a máxima, “tente vender na alta e comprar na baixa” e não o contrário. Também fazemos isso com outros ativos, como pensar se vale a pena ter prefixados somente depois que a taxa de juros e a inflação já caíram e até nos movimentarmos e adquirirmos aquele prefixado, muitas vezes, a curva de juros e inflação já voltou a subir, aí nem parece tanta vantagem assim ter feito o investimento.
O que posso dizer é que o processo de tomada de decisão na vida financeira passa por planejar-se, antecipar suas decisões e não apenas reagir ao que acontece ao seu redor. Claro que nem sempre conseguiremos “acertar” o que virá, mas certamente, com um bom planejamento e bons conselhos, todos podemos ganhar um pouco mais.
Comece fevereiro antecipando-se e não deixando apenas para depois do Carnaval para se planejar.
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