O que pensam influentes comentaristas

Cesar Vanucci *
“Estão redondamente enganados”. (Frei Beto, referindo-se aos teóricos da “terra plana”)
Não deixa de ser útil na formação de opiniões a propósito de temas relevantes de nosso maltratado cotidiano ficar conhecendo o pensamento de influentes comentaristas, de constante e realçante presença na comunicação impressa. Aqui vem uma ligeira coletânea de registros recentes.
Trecho de editorial do “DC” intitulado “Mudar para não mudar?”: “Como já foi dito à exaustão, o sistema previdenciário entrou num processo que levará a um colapso porque oferece vantagens, no serviço público, que são insustentáveis. Na esfera federal, e considerando o tamanho do problema, que são também abusos e privilégios, a rigor permanecem intocados e em alguns casos foram até ampliados. Se não bastasse, o Congresso Nacional decidiu que, pelo menos por enquanto, as mudanças serão restritas à esfera federal, ficando de fora estados e municípios, em que, e na respectiva escala, os mesmos problemas se repetem. Não será exagero afirmar que, mantida esta situação, a reforma ficará pela metade e seus efeitos estarão comprometidos”.
Frei Beto: “Os teóricos da “terra plana” estão redondamente enganados”.
Gaudêncio Torquato: “As expressões presidenciais funcionam como fios desencapados de curtos-circuitos. “Falar que se passa fome no Brasil é uma grande mentira”. Ou: “A economia vai às mil maravilhas”. Dados contrários desmentem o presidente”.
Eliane Catanhêde: “Quando a primeira dama Mariza Letícia manchou o gramado do Palácio da Alvorada com uma vistosa estrela vermelha do PT, foi um Deus – nos acuda – e todos nós acusamos o presidente Lula e sua mulher de se comportar como se fossem donos da residência oficial da Presidência. Ao indicar publicamente seu filho Eduardo, o 03, para ser Embaixador do Brasil nos Estados Unidos, o presidente Jair Bolsonaro age como se sentisse dono, não de um imóvel público, mas do próprio Brasil, supondo que pode fazer o que bem entende”.
Miriam Leitão: “Tanto tempo depois, já era de se esperar que o presidente Jair Bolsonaro soubesse as funções do cargo que exerce. Seis meses é prazo suficiente para qualquer aprendizado, ainda que o natural seria que ele já soubesse, ao se candidatar, as funções de quem chega ao cargo máximo do País. A grotesca e inconstitucional defesa do trabalho infantil num país que vem lutando contra esta chaga há anos, a ideia de nomear o filho ao posto mais estratégico do Pais, a declaração mesquinha sobre João Gilberto mostram que ele não entendeu o mais elementar papel para governar todos os brasileiros. Com Bolsonaro não dá para relacionar todas as impropriedades de uma vez. São tantas que ocupariam um jornal inteiro”.
Vez do leitor – O acadêmico escritor Jair Barbosa da Costa, Cel PM, honra-me com comentário de trabalhos aqui publicados. Reportando-se aos artigos “Maquiagem preconceituosa” (1º de junho) e “Apesar dos pesares, torcer” (8 de junho), assinala que eles “confirmam o polígrafo sui generis que sua pena, sábia e profunda, revela. Ao tratar de futebol, contrário a muitos intelectuais, estimula o torcedor brasileiro a torcer pelo Brasil, não obstante – digamos – o mercenarismo destes dias falar mais alto. Tem-se a impressão de que o esporte ou sua crônica tomou-lhe a vida toda, tamanha a flama. Fantástico e digno dos anais do Instituto Histórico e Geográfico de Minas e do Brasil é o conteúdo deste título – “Maquiagem preconceituosa” em que aborda nossa estupidez ao praticar (ou dissimular) preconceito contra o negro de nossa terra e raiz étnica. Eta negro tão polivalente quanto nosso Vanucci que até parece ter um pé na África, tão grande o ardor refletido nessa página, de incalculável valia historiográfica e sociológica! Por este contributo, os acadêmicos de hoje (de Letras e universidades) ficam conhecendo das origens, cultura, e contribuição cultural, lato sensu, que os expoentes negros nos emprestaram e pelos quais se perpetuaram. Deus continue iluminando sua alma e mente dispostas a servir na construção e aperfeiçoamento de todo aquele que busca conhecer para ser. Fraternas saudações”.
Alexsandro Anézio Stocco cumprimenta o articulista pelo artigo “Chico Xavier e a Data Limite” (DC, 23.7): “Suas palavras e citações foram bem colocadas, a forma respeitosa como tratou o assunto muito me agradou. Afinal, sua abordagem foi clara e afastou do tema as mais fantasiosas ideias mirabolantes sobre o tal temido “fim do mundo” que rende besteiras e asneiras sem fim”.
Jornalista ([email protected])
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