O que vai por aí

“Aproxima-se rapidamente o tempo em que o mundo inteiro ficará em estado de alerta permanente em razão das catástrofes climáticas” (Antônio Luiz da Costa, educador)
1) Delação premiada – Consumou-se finalmente aquilo que os observadores políticos vaticinavam, a opinião pública aguardava e setores ligados ao governo passado tanto temiam. Certeiramente, a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordem do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, homologada pela Justiça, irá trazer uma pororoca de revelações, adicionando novos e elucidativos dados ao muito que já se sabe a respeito dos acontecimentos concernentes à invasão das Casas dos 3 Poderes em 08 de janeiro e malfeitos cometidos nas esferas governamentais em passado recente. O que está para vir a público – não é nada difícil imaginar -, escancarará os descaminhos seguidos pela minoria fanática que trabalhou com afinco a ideia do retrocesso democrático. Muitos personagens que se julgavam inatingíveis serão convocados a se explicar.
2) Juros escorchantes – Parece ser, mas não é absurdo admitir-se que as instituições financeiras praticam neste País tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza, os juros mais escandalosos da Via Láctea. Órgãos oficiais constatam que as taxas cobradas em empréstimos concedidos por meio de cartão de credito já cheguem a atingir a himalaiana altitude dos 460%. Perguntar não ofende. Quando é que os legisladores vão incluir no código penal dispositivo fixando punição compatível com a gravidade desse assalto a mão armada, à luz do dia a indefesa e pacata gente do povo?
3) Blasfêmia – Como não poderia deixar de ser, alcançados por um lampejo de juízo depois do clamor popular, os vereadores da Câmara Municipal de Porto Alegre resolveram revogar o decreto que previa fosse o 08 de janeiro comemorado como “Dia do Patriota”, numa blasfema lembrança da agressão sofrida na referida data pelas instituições Republicanas. Junto com a informação da revogação do ato veio também a explicação de que o (ir)responsável pelo requerimento relativo à inacreditável “celebração” já foi devidamente recolhido, numa “camisa de força” à ala dos pacientes incomunicáveis do manicômio estadual …
4) Material didático – Desdenhando a iniciativa do Ministério da Educação de prover as escolas públicas do País com livros didáticos elaborados sob a supervisão de sua equipe técnica, o governo do Estado de São Paulo tomou a deliberação, ele próprio, de produzir o material escolar destinado aos alunos de sua rede de ensino. Deu zebra. O conteúdo distribuído por via digital às unidades educacionais estava crivado de erros grotescos e teve que ser recolhido às pressas com o fito de reparos indispensáveis por decisão judicial, provocada por inconformados educadores. Entre as inúmeras incorreções detectadas havia coisas assim: Dom Pedro II assinou a Lei Áurea em 1888; em 1961 o prefeito Janio Quadros (à época, Jânio era presidente da República) assinou decreto proibindo o uso de biquínis nas praias; água não tratada causa Alzheimer, Parkinson e depressão. E por aí vai… a Associação Brasileira de Autores de Livros Educativos comentou o fato da seguinte maneira: “O material é raso, superficial, enfadonho e prejudicial à formação da cidadania, por não fornecer textos, contextos e argumentos extraídos do mundo real”.
5) Recados da natureza – A natureza continua enviando recados. Aqui e alhures. As inundações nos pampas, o terremoto em plagas marroquinas, as enchentes na Líbia, as queimadas no Canadá para citar só algumas catástrofes recentes, vêm confirmar a necessidade imperiosa de ações prontas, urgentes e decisivas no sentido da preservação do meio ambiente. Uma parcela dos recursos trilhonários aplicados em conflitos bélicos – e a insana guerra da Ucrânia é exemplo disso – ajudaria em muito a reduzir as ameaças que rondam o planeta e que acenam até com a perspectiva apavorante da extinção da vida.
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