Oportunidades para os jovens

Os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) do primeiro trimestre de 2022 mostram uma realidade que atinge principalmente os jovens brasileiros. Do total de 11% dos brasileiros desocupados, 7,2% possuem de 14 a 17 anos, e 30,65% estão na faixa dos 18 aos 24 anos. Uma situação que vem se repetindo há algum tempo com poucas perspectivas de mudança de cenário: no mesmo período de 2021, eram 5,7% de desempregados de 14 a 17 anos, e 30% com idade entre 18 e 24 anos.
O interesse genuíno da sociedade e a estruturação de um trabalho em rede são algumas opções possíveis para mudar esses números. Além dessas, a legislação brasileira também oferece caminhos para que as organizações possam se movimentar e promover a inclusão do jovem no trabalho. A Lei nº 10.097/2000, ampliada pelo Decreto Federal nº 5.598/2005, determina que todas as empresas de médio e grande portes contratem um número de aprendizes equivalente a um mínimo de 5% e um máximo de 15% do seu quadro de funcionários cujas funções demandem formação profissional. Atualmente os contratos dos aprendizes têm duração de até 2 anos e a idade limite para a inclusão desses jovens é de 21 anos.
Se respeitada, a inclusão do jovem aprendiz nas empresas encontra terreno fértil para a sua capacitação e formação para um mercado de trabalho cada vez mais competitivo. Políticas voltadas para o desenvolvimento e preparação emocional do jovem e da sua família, principalmente para os que vivem em situação de vulnerabilidade, com um trabalho sério e responsável, são uma forma de construção de um modelo social menos excludente.
Há 20 anos, o trabalho da Rede Cidadã é mobilizar parceiros públicos e privados e construir alternativas e caminhos para geração de trabalho e renda. O jovem que quer aprender está entre as nossas prioridades.
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Nessas duas décadas, firmamos parceria com mais de 4 mil empresas e encaminhamos ao mercado de trabalho mais de 100 mil pessoas. Somos uma das primeiras organizações a investir no trabalho social em rede e desde 2002 reunimos sociedade civil, empresas, órgãos públicos, organizações sociais e voluntários para trazer soluções em geração de trabalho e renda. Voltamos nosso olhar para uma formação que vai além da técnica e entendemos que um trabalho socioemocional e comportamental anda lado a lado com capacitação que tanto desejamos. Continuamos com o desafio de ampliar o número de instituições parceiras para oferecer oportunidades a mais jovens brasileiros, principalmente os vulneráveis.
Acreditamos que há ainda muito empregador que pode participar conosco desse projeto de transformação social, que seja sensível às necessidades e desafios para construção de um mundo que ofereça mais oportunidades a cada jovem. Mantemos diálogo com várias frentes de atuação que caminham num mesmo sentido e propósito de uma incansável jornada para apoiar e levar formação profissional aos aprendizes e adultos – sempre em linha com as nossas demais frentes de ação voltadas para a promoção da integração ao mundo do trabalho.
Qual a contribuição das empresas para inserir o jovem no mercado de trabalho? Essa provocação não quer trazer apenas uma resposta, ela quer provocar mudanças, quer fazer com que o cidadão pense em um projeto comum para o bem-estar da sociedade, quer mudar a realidade com uma rede em que todos tenham uma participação efetiva, coletiva e representativa.
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