Para além do discurso, o mercado quer ação

6 de maio de 2021 às 0h10

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Crédito: Freeimages

A Cúpula dos Líderes Globais sobre o clima criou um ambiente de otimismo e cooperativismo que visa à redução da emissão de gás carbônico para conter o aquecimento global abaixo de 1,5ºC. Ações como essa, em prol do meio ambiente, da qualidade e sustentabilidade do planeta, têm se tornado recorrentes e dominado a pauta mundial dos líderes e suas corporações, não apenas pelo compromisso que os países têm com as nações e preservação das espécies, mas porque também são condicionantes para própria sobrevivência financeira.

E esse movimento tem um nome: ESG – Environmental, Social and Governance (ESG), ou melhor dizendo, Ambiental, Social e Governança. O termo incorpora essas questões, indo além das tradicionais métricas econômico-financeiras, permitindo uma avaliação das empresas de forma holística – o que na prática, significa uma boa ou má recomendação na Bolsa de Valores.

Simples assim? Sim, ou você e sua empresa entram no jogo da sustentabilidade ou estão fora da lista de recomendações dos especialistas financeiros. A equação é muito simples. Empresas que não se importam com o meio ambiente, economia de recursos e com a destinação dos resíduos que gera; não trabalham junto às comunidades onde atuam, e não incitam internamente valores focados na transparência, diversidade, ética e desenvolvimento estão, cada vez mais, oferecendo riscos à própria sobrevivência, aos stakeholders e espaços onde concentram os seus negócios. E quem quer arriscar o próprio capital em empresas que podem sucumbir da noite para o dia? Ou que estejam envolvidas em corrupção ou irregularidades? E não estamos falando apenas dos efeitos do negócio no clima ou desastres ecológicos, mas – também – a preocupação com o uso de energias renováveis, no combate ao racismo e a homofobia, o controle da emissão de gás carbônico e dos impactos sociais, dentre tantas vertentes que devem constar na governança corporativa.

 A regra agora foi ditada pelo mercado e tem que gerar valor para o planeta para que as empresas sejam aceitas pelos acionistas. As corporações que tinham como praxe o lucro pelo lucro vão ter que se ajustar a esse “novo normal” que apela para relações mais humanizadas e transparentes, com valorização das pessoas e suas contribuições. Esses países e empresas que defendem a transparência e demonstram sua capacidade de renovação pelo viés da sustentabilidade atrairão investimentos de forma mais eficaz, incluindo capital de maior qualidade e de longo prazo.

O presente e o futuro estão abertos às organizações-vivas que interiorizaram o conceito de economia circular que pressupõe recriar, repensar materiais, inovar e incorporar a pesquisa e o desenvolvimento na rotina das corporações, com o apoio de centros públicos e privados, para a economia e preservação dos recursos, mitigando os impactos da operação e trazendo valor para o meio e comunidades onde atuam. Não há espaço para divagações sobre ser sustentável ou não.

A pandemia Covid-1 9 e tudo o que vivemos hoje têm nos aberto os olhos para o que é primordial, para o que vale a pena e a urgência das ações. A ferida sobre a finitude da vida e das suas relações nunca esteve tão aberta, convocando-nos para uma transformação. E, parafraseando John Lennon: “A vida é o que acontece enquanto você está ocupado fazendo outros planos” ou assumimos a urgência da sustentabilidade em nossas corporações ou teremos que lidar com as emergências: empresas que do dia para a noite tem suas ações caindo em uma completa derrocada financeira ou que não saberão explicar onde erraram e o motivo de não sobreviverem aos novos tempos. Nesse sentido, será que vale à pena esperar?

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