Opinião

Para onde vamos?

Para onde vamos?
A partir da nossa união se poderá caminhar a passos largos para se ter um propósito de País | Crédito: Adobe Stock

Jorge Pinheiro Machado *

Sabemos para onde vamos? Está claro que não sabemos. Estamos perdidos, porém há luz no fim do túnel!

Vamos pedir (ou até fazer bravata) lá fora para nos dar recursos para preservar nossas florestas (aquelas que já têm leis para preservá-las) e ao mesmo tempo autorizar plataformas de petróleo (aquele que todo o mundo quer sair o mais rápido possível) no seu entorno?

Vamos correr para lançar o mercado oficial de crédito de carbono antes da Cop28, mas vamos incentivar uma indústria poluente que por cerca de 70 anos vive de incentivos e já foi ate acusada de fabricar verdadeiras carroças a aumentar a poluição nos centros urbanos?

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Vamos proteger nossos povos indígenas, mas também vamos incentivar o “ogro” a querer mais terras para desmatar?

Vamos continuar batendo no peito orgulhosos que alimentamos o mundo, porém não vendo que uma tecnologia nova emerge todos os dias unindo fermentação e microrganismos para produzir proteína 30 vezes mais barata que as atuais e que podem ser produzidas localmente?

Vamos continuar a ser dependentes de messias populistas tanto de esquerda quanto de direita fazendo o futuro de um povo tão baixo quanto a maioria dos jogos de futebol fraudados por toscos jogadores?

Vamos desenvolver o hidrogênio verde ou continuar a fomentar o gás natural?

Vamos sair pelo mundo com um esdrúxulo plano de paz formulado por um clássico representante dos dinossauros que protege ditadores e ao mesmo tempo impedir que ambulâncias cheguem às zonas de conflito?

Vamos aceitar relativizar a democracia?

Vamos continuar a proteger e acobertar pseudosreligiosos que usam e abusam do sofrimento dos humildes para vender terrenos no céu e embolsarem os lucros?

Existe sim a luz no final do túnel e ela nos diz para tomarmos vergonha na cara nos unirmos no desenho do que queremos como País com o necessário equilíbrio socioeconômico-ambiental.

A partir dessa união se poderá caminhar a passos largos para se ter um propósito de País, com objetivo prioritário de dizimar as mazelas do país. 50% da população sem esgoto tratado, 2/3 dos municípios sem destinação correta de lixo, déficit de 10 milhões de moradias, 50 milhões de hectares de área degrada a ser restaurada com florestas, a maior floresta tropical do mundo com potencial enorme para a bioeconomia, saúde preventiva, escola digital e em tempo integral, mobilidade urbana não poluente. Já imaginaram que a despeito da inteligência artificial o quanto se pode gerar de emprego e renda perseguindo esses objetivos?

Entretanto, o principal ingrediente para isso é a conscientização do povo brasileiro para erradicar o populismo (seja ele de esquerda, de direita ou mesmo de centro) da nossa cultura. Sem isso estaremos reféns de brincalhões que usam e abusam principalmente dos mais humildes.

Aí sim, a luz no fim do túnel se torna sustentável!

*Diretor America Latina Regions of Climate Action, ex-Diretor América do Sul Fundação Leonardo do Caprio, Sócio-Fundador JPM Green Investments

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