Para vencer a pandemia, uma contribuição inovadora

Impossível ignorar a urgência da vacinação! Se inicialmente os riscos eram maiores para os mais idosos, hoje a disseminação do vírus e as novas cepas exigem um repensar sobre o assunto. Muitos jovens adultos e adolescentes já são atingidos pela pandemia, que assume proporções assustadoras.
Assim, paralelamente aos cuidados de isolamento, uso de máscaras e distanciamento social, é necessário compreender que estamos numa situação muito grave e um grande esforço para ampliar rapidamente a vacinação se faz necessário. Sabemos que ainda não temos o número de vacinas suficientes, mas podemos agilizar o processo oferecendo condições para a finalização das vacinas brasileiras. Algumas universidades brasileiras já possuem bons resultados na elaboração das vacinas, outras estão na fase adiantada de avaliação e poderão alcançar excelentes resultados.
É bem verdade que em março deste ano, empresários mineiros criaram o programa Unidos pela Vacina, com o objetivo de resolver os entraves da vacinação pública e apoiar o Sistema Único de Saúde – SUS, de modo que toda a população do nosso Estado pudesse ser rapidamente vacinada. Idealizado pelo Grupo de Mulheres do Brasil e presidido pela empresária Luiza Trajano, o movimento conta com a participação de 63 parceiros, entre pequenas, médias e grandes empresas, inclusive o DIÁRIO DO COMÉRCIO (edição DC 13/15 de março último).
Entretanto, temos consciência das dificuldades econômicas com que o País se defronta neste momento. Nesse sentido, apontamos para uma outra direção, uma outra possibilidade ainda não aventada no Brasil, e com a qual muitos países contam em situações de calamidade. São as doações dos mais ricos. Sim, vocês dirão: que sonho! Acreditem, não é sonho, é realidade.
Muitos países venceram guerras e alcançaram avanços em ciência e tecnologia com a contribuição cidadã de pessoas que fizeram fortunas e que com orgulho tiveram seus nomes inscritos na história da ciência e da tecnologia.
Com muita certeza, as pessoas que tiveram sucesso nos negócios e acumularam riquezas também no Brasil terão interesse em contribuir para vencer esta guerra contra a Covid-19, desde que sejam reconhecidas não apenas pelo sucesso nos negócios, mas também pelo gesto digno e solidário que irão realizar de apoio aos trabalhos científicos das nossas Instituições de Ensino e Pesquisa.
Para tanto, será necessário criar um espaço para que tais recursos cheguem às Instituições de Pesquisa que, no momento, testam vacinas elaboradas nos laboratórios universitários. Identificamos nas universidades as Fundações de Pesquisa que tradicionalmente gerenciam as doações e bolsas para os trabalhos científicos de pesquisas. São várias as instituições que estão elaborando vacinas contra a Covid-19, em estágio relativamente avançado.
Faz-se mister esclarecer que nossa proposta não se refere a doações a políticos ou governos; o que estamos propondo é que as doações sejam feitas diretamente aos laboratórios das Instituições de Pesquisa nacionais, que atualmente desenvolvem testes da vacina contra a Covid-19 (vfflw.coppe/ufrj,05/15/21). O objetivo é agilizar as vacinas brasileiras já em fase de teste, a fim de que, posteriormente, sejam disponibilizadas à sociedade através do SUS.
No momento, a situação avassaladora da pandemia nos leva a acreditar que um novo caminho se apresenta, mediante a doação dos que possuem fortunas, ─ sobretudo quando se sabe que os lucros dos mais ricos têm sido extraordinários nesse período de pandemia, tendo crescido cerca de 31% em relação ao ano anterior ─ de parte de seus lucros e rendas às Instituições de Pesquisa em apoio aos esforços científicos. Eles terão o reconhecimento público e de seus descendentes, que se orgulharão do seu sucesso empresarial, aliado à sua ação cidadã e solidária de contribuir com o desenvolvimento da ciência na busca de solução para eliminar a pandemia que assola a sociedade brasileira.
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